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Regra dos fretados afeta empresas e Palácio
Metade dos 12 ônibus alugados para transporte de funcionários da sede do governo do Estado passa pela área restrita
O hospital Albert Einstein, que contrata o serviço, e o shopping Higienópolis, que mantém uma linha circular, também serão atingidos
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
TAI NALON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A restrição à circulação de
ônibus fretados em parte do
centro expandido de São Paulo,
anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM), vai afetar
empresas, hospitais e até mesmo o Palácio dos Bandeirantes,
sede do governo do Estado.
De acordo com as regras
anunciadas pela prefeitura, o
trânsito de ônibus fretados será
proibido, a partir do dia 27 de
julho, em cerca de 70 km2 que
abrangem regiões de grande
concentração de empresas, como as avenidas Paulista, Luiz
Carlos Berrini e Faria Lima.
O Palácio dos Bandeirantes
fica no Morumbi (zona oeste),
fora da área de restrição, mas 6
dos 12 ônibus alugados para o
transporte de 400 funcionários
passam pela região de circulação limitada.
O governador José Serra
(PSDB), de quem Kassab é aliado e foi vice-prefeito (2005-2006), trabalha no Bandeirantes. Não há trem ou metrô
atendendo a região. As opções
de ônibus são limitadas.
O caso está longe de ser uma
exceção. Segundo o Transfretur (sindicato das empresas de
fretamento), 30% das empresas com mais de cem funcionários contratam ônibus para o
transporte de funcionários.
"As empresas optam pelo
fretamento porque ele aumenta a produtividade do funcionário. Ele vai dormindo no ônibus, lendo. Chega na empresa
descansado. Não é como no
metrô ou no ônibus comum,
onde ele vai apertado", disse
Jorge Miguel dos Santos, diretor-executivo do Transfretur.
O hospital Albert Einstein,
no Morumbi, o banco Real e a
Braskem, ambos na marginal
Pinheiros, confirmaram à Folha que contratam serviços de
fretamento para o transporte
de seus funcionários.
O hospital Santa Catarina, na
avenida Paulista, portanto localizado dentro da área de restrição, informou que não contrata o serviço, mas que parte
de seus funcionários usa o sistema por conta própria -custa,
em média, R$ 245 por mês por
passageiro.
O ônibus fretado tem a imagem de ser um serviço adotado
apenas por pessoas de alto poder aquisitivo. A pesquisa Origem/Destino do Metrô, porém,
apontou queda na renda média
do usuário do serviço entre
1997 e 2007.
Adaptações
A assessoria da Casa Civil do
governo do Estado informou
que já está sendo estudada uma
adaptação no serviço de transporte dos servidores para enquadramento nas novas regras
definidas pela prefeitura.
O Real, a Braskem e o hospital Albert Einstein informaram
que foram apanhados de surpresa pela decisão da prefeitura
e que vão estudar como se
adaptar às novas regras.
Outro caso é o do shopping
Pátio Higienópolis, na região
central, que oferece duas linhas
de micro-ônibus para transporte de usuários a regiões próximas. Funcionários também
utilizam o serviço.
Como fica dentro da área de
restrição, o serviço será proibido. A assessoria do shopping informou que a empresa vai primeiro "entender as diretrizes
da prefeitura, se adaptar e avaliar os procedimentos que deve
tomar a partir daí".
Os ônibus das empresas aéreas que transportam passageiros entre os aeroportos de
Cumbica, em Guarulhos, e
Congonhas (zona sul) também
se enquadram nas restrições
anunciadas pelo governo.
Exceções
A prefeitura já estipulou algumas exceções às regras de
restrição a fretados: ônibus escolares, de turismo e aqueles
que transportam passageiros
para hotéis e igrejas, seminários, feiras, eventos e atividades
de lazer e cultura.
Todos os veículos, porém, terão de se cadastrar na prefeitura com antecedência.
De acordo com a Secretaria
Municipal de Transportes, casos como o do shopping Pátio
Higienópolis e o traslado das
empresas aéreas podem receber autorização especial para
circulação.
Caberá à empresa fazer o pedido, que será analisado pelos
técnicos da pasta.
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