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Ideal é organizar, e não proibir, dizem técnicos
DA REPORTAGEM LOCAL
A maneira como atuam
hoje os ônibus fretados
atrapalha tanto o transporte coletivo convencional como os carros.
Isso, na avaliação majoritária de especialistas,
justifica a necessidade de
reorganização do sistema,
mas não a restrição anunciada pela prefeitura -que
pode inviabilizá-lo e estimular a opção pelo carro.
Entre os principais problemas atribuídos aos fretados estão as paradas desordenadas para embarque/desembarque em vias
saturadas e a existência de
muitos veículos e rotas
clandestinas, sem autorização do município.
A alternativa para esses
problemas, dizem, seria fixar normas rígidas (como
aprovação prévia detalhada de rotas, paradas e horários) e fiscalização.
Por exemplo: em vez de
parar dez vezes numa determinada avenida para
embarcar e desembarcar
usuários, os fretados poderiam ser obrigados a parar em só um ou dois pontos da mesma via ou só em
outra menos saturada.
"Há abusos por parte do
fretamento? Sim. O que
você me diria, então, das
irregularidades dos ônibus
comuns? Não é por isso
que você vai impedi-los de
rodar", afirma Cláudio
Senna Frederico, ex-secretário dos Transportes
Metropolitanos.
Outra preocupação de
especialistas é a falta de
capacidade do transporte
público para abrigar os
usuários de fretamento
-ao menos com algum nível razoável de conforto.
Um exemplo simbólico
é a superlotação na linha
3-vermelha do metrô. A
prefeitura espera que os
usuários de fretados façam baldeação em estações como Belém e Barra
Funda. Mas a linha já tem
picos com mais de 9 passageiros por m2 -contra um
patamar considerado
aceitável de até 6 por m2.
Situações semelhantes
ocorrem no restante da
rede de metrô, trens e até
ônibus, cuja demanda não
para de crescer. Só neste
ano já houve alta de quase
3% dos usuários. Em 2008
o serviço de ônibus teve a
pior avaliação da década.
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