São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

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Ideal é organizar, e não proibir, dizem técnicos

DA REPORTAGEM LOCAL

A maneira como atuam hoje os ônibus fretados atrapalha tanto o transporte coletivo convencional como os carros.
Isso, na avaliação majoritária de especialistas, justifica a necessidade de reorganização do sistema, mas não a restrição anunciada pela prefeitura -que pode inviabilizá-lo e estimular a opção pelo carro.
Entre os principais problemas atribuídos aos fretados estão as paradas desordenadas para embarque/desembarque em vias saturadas e a existência de muitos veículos e rotas clandestinas, sem autorização do município.
A alternativa para esses problemas, dizem, seria fixar normas rígidas (como aprovação prévia detalhada de rotas, paradas e horários) e fiscalização.
Por exemplo: em vez de parar dez vezes numa determinada avenida para embarcar e desembarcar usuários, os fretados poderiam ser obrigados a parar em só um ou dois pontos da mesma via ou só em outra menos saturada.
"Há abusos por parte do fretamento? Sim. O que você me diria, então, das irregularidades dos ônibus comuns? Não é por isso que você vai impedi-los de rodar", afirma Cláudio Senna Frederico, ex-secretário dos Transportes Metropolitanos.
Outra preocupação de especialistas é a falta de capacidade do transporte público para abrigar os usuários de fretamento -ao menos com algum nível razoável de conforto.
Um exemplo simbólico é a superlotação na linha 3-vermelha do metrô. A prefeitura espera que os usuários de fretados façam baldeação em estações como Belém e Barra Funda. Mas a linha já tem picos com mais de 9 passageiros por m2 -contra um patamar considerado aceitável de até 6 por m2.
Situações semelhantes ocorrem no restante da rede de metrô, trens e até ônibus, cuja demanda não para de crescer. Só neste ano já houve alta de quase 3% dos usuários. Em 2008 o serviço de ônibus teve a pior avaliação da década.


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