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A cada 8 fretados, só 1 ônibus comum na Funchal
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Considerada a "meca dos fretados" por trabalhadores da região, a avenida Funchal, na zona sul, concentra pontos de
embarque desse tipo de transporte por toda sua extensão.
Levantamento da Folha no
horário de pico de circulação
de veículos naquela área verificou que, a cada oito ônibus fretados -todos eles próximos à
capacidade máxima de lotação- apenas um ônibus municipal circula pela região.
"Moro a duas horas daqui. Se
eu optar por pegar o municipal,
ainda tenho que esperar passarem pelo menos uns cinco até
conseguir entrar", disse Luiz
Evandro Silva, analista de TI.
Funcionário de uma empresa localizada na avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini há
quase um ano, ele disse que só
foi trabalhar na área porque
era guarnecida de fretados.
Segundo a Transfretur (sindicato das empresas do setor),
São Paulo tem 5.450 veículos
fretados registrados em circulação. Empresas de ônibus fretados dizem que cada ônibus
retirado das ruas corresponderá a 20 novos carros na cidade.
Carro é preferência
Com um iPhone em punho, o
analista de sistemas Rafael
Paulino fala ao celular, acessa a
internet e diverte-se com jogos
na volta para casa.
Com a restrição, teme voltar
a usar o transporte público e ter
o telefone roubado. "Mesmo se
usar o carro para ir para o serviço, como vou adiantar as tarefas do trabalho, por exemplo?
No trânsito que não vai ser."
Morador da Mooca (zona leste), ele disse que gastará pelo
menos 10% de seu orçamento
com estacionamento (na faixa
de R$ 200 na região da Berrini)
e gasolina (cerca de um tanque
por semana).
Se optasse pelo transporte
público, levaria cerca de uma
hora e quarenta minutos e cinco baldeações de ônibus, metrô
e trem para fazer um deslocamento que costuma realizar em
pouco mais de uma hora.
Julio Rodrigues, estudante,
diz preferir usar o transporte
fretado ao público, mesmo que
metrô, trem e ônibus façam o
percurso mais rápido.
"Se proibir mesmo, o que eu
duvido, vou tirar o dinheiro da
faculdade e comprar um carro."
A consultora Samantha Fernandes chega a considerar mudar de residência para evitar
perder mais de duas horas de
casa ao trabalho. Para voltar
para casa, o único ônibus que a
leva ao metrô circula lotado. "E
sabe o destino do ônibus? "Socorro'", ironiza.
(TN)
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