São Paulo, quarta-feira, 01 de julho de 2009

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Gripe faz Buenos Aires decretar emergência

Com a medida, Executivo pode, por exemplo, remanejar médicos para outras áreas e comprar insumos sem licitação

Prefeitura e governo também adiantam férias escolares em duas semanas; no Brasil, com 55 novos casos, total chega a 680

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

A Província e a cidade de Buenos Aires entraram ontem em emergência sanitária diante do avanço da gripe A (H1N1), a gripe suína, na região, que concentra 86% dos 1.567 casos confirmados na Argentina.
Estima-se que o número de casos seja muito maior, porque os dados oficiais não incluem doentes de baixa complexidade e atendidos em locais privados. Os dados do Ministério da Saúde são da última sexta-feira.
Na prática, a emergência sanitária desburocratiza ações de saúde -autoriza, por exemplo, o Executivo a remanejar médicos para a emergência e a comprar insumos sem licitação.
Prefeitura e governo também adiantaram as férias escolares em duas semanas, para evitar a espiral de contágios -a medida já foi adotada por 17 das 23 Províncias do país. Mas descartaram o fechamento obrigatório de outros locais públicos, como cinemas e estádios.
Até então, havia apenas fechamento voluntário de escolas da capital devido à gripe. A doença começou a se espalhar na região metropolitana há três semanas, a partir de casos registrados em colégios.
As medidas em Buenos Aires -epicentro do avanço da gripe A no país- ocorrem um dia após a demissão da ex-ministra da Saúde do governo federal, Graciela Ocaña, que havia recomendado o adiamento das eleições legislativas nacionais realizadas no último domingo.
A eleição reuniu 20 milhões de pessoas em 13,2 mil locais de votação. As imagens do dia foram de eleitores e autoridades usando máscaras e luvas para tentar evitar contágio.
Segundo o ministro da Saúde da Província de Buenos Aires, Claudio Zin, o avanço de doenças respiratórias como a gripe A fez dobrar a demanda no sistema público de saúde esperada para o inverno. "Não há sistema sanitário no mundo que esteja preparado para atender demanda como essa", disse.
Na tentativa de evitar a difusão em larga escala da gripe suína, a Arábia Saudita pediu ontem aos muçulmanos que grávidas e pessoas mais velhas ou que estejam doentes adiem as peregrinações a Meca. Cerca de 3 milhões de muçulmanos se dirigem à cidade sagrada, a partir de novembro, em um dos maiores encontros religiosos do mundo. Até o momento, a Arábia Saudita declarou 81 casos de gripe suína.

Brasil
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou ontem 55 novos casos da gripe. Com isso, o total no país subiu para 680.
Uma das vítimas é uma funcionária da Câmara dos Deputados, que trabalha na sala ao lado da do presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). Luiz Henrique Hargreades, diretor do departamento médico da Casa, descarta, por enquanto, qualquer medida especial.
A maioria dos casos está no Rio Grande do Sul, com 45 confirmações, segundo o ministério, e 85, de acordo com o Estado. Em São Gabriel , que tem 31 casos e decretou situação de emergência na semana passada, as aulas voltaram ontem.


Colaboraram a Agência Folha e a Sucursal de Brasília


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