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Gripe faz Buenos Aires decretar emergência
Com a medida, Executivo pode, por exemplo, remanejar médicos para outras áreas e comprar insumos sem licitação
Prefeitura e governo também adiantam férias escolares em duas semanas; no Brasil, com 55 novos casos, total chega a 680
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
A Província e a cidade de
Buenos Aires entraram ontem
em emergência sanitária diante
do avanço da gripe A (H1N1), a
gripe suína, na região, que concentra 86% dos 1.567 casos
confirmados na Argentina.
Estima-se que o número de
casos seja muito maior, porque
os dados oficiais não incluem
doentes de baixa complexidade
e atendidos em locais privados.
Os dados do Ministério da Saúde são da última sexta-feira.
Na prática, a emergência sanitária desburocratiza ações de
saúde -autoriza, por exemplo,
o Executivo a remanejar médicos para a emergência e a comprar insumos sem licitação.
Prefeitura e governo também adiantaram as férias escolares em duas semanas, para
evitar a espiral de contágios -a
medida já foi adotada por 17 das
23 Províncias do país. Mas descartaram o fechamento obrigatório de outros locais públicos,
como cinemas e estádios.
Até então, havia apenas fechamento voluntário de escolas da capital devido à gripe. A
doença começou a se espalhar
na região metropolitana há três
semanas, a partir de casos registrados em colégios.
As medidas em Buenos Aires
-epicentro do avanço da gripe
A no país- ocorrem um dia
após a demissão da ex-ministra
da Saúde do governo federal,
Graciela Ocaña, que havia recomendado o adiamento das eleições legislativas nacionais realizadas no último domingo.
A eleição reuniu 20 milhões
de pessoas em 13,2 mil locais de
votação. As imagens do dia foram de eleitores e autoridades
usando máscaras e luvas para
tentar evitar contágio.
Segundo o ministro da Saúde
da Província de Buenos Aires,
Claudio Zin, o avanço de doenças respiratórias como a gripe A
fez dobrar a demanda no sistema público de saúde esperada
para o inverno. "Não há sistema
sanitário no mundo que esteja
preparado para atender demanda como essa", disse.
Na tentativa de evitar a difusão em larga escala da gripe suína, a Arábia Saudita pediu ontem aos muçulmanos que grávidas e pessoas mais velhas ou
que estejam doentes adiem as
peregrinações a Meca. Cerca de
3 milhões de muçulmanos se
dirigem à cidade sagrada, a partir de novembro, em um dos
maiores encontros religiosos
do mundo. Até o momento, a
Arábia Saudita declarou 81 casos de gripe suína.
Brasil
O Ministério da Saúde brasileiro confirmou ontem 55 novos casos da gripe. Com isso, o
total no país subiu para 680.
Uma das vítimas é uma funcionária da Câmara dos Deputados, que trabalha na sala ao
lado da do presidente da Casa,
Michel Temer (PMDB-SP).
Luiz Henrique Hargreades, diretor do departamento médico
da Casa, descarta, por enquanto, qualquer medida especial.
A maioria dos casos está no
Rio Grande do Sul, com 45 confirmações, segundo o ministério, e 85, de acordo com o Estado. Em São Gabriel , que tem 31
casos e decretou situação de
emergência na semana passada, as aulas voltaram ontem.
Colaboraram a Agência Folha e a Sucursal de
Brasília
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