Recurso ficou ameaçado após Morumbi ser excluído da Copa; linha é perto do estádio

RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

O governo do Estado usou um evento ontem para pressionar o governo federal a manter a verba destinada à linha 17-ouro do metrô.
A linha passará perto do estádio do Morumbi, que foi excluído pela Fifa da Copa do Mundo de 2014.
O Estado teme que os recursos do governo federal para a linha sejam realocados em outro projeto, pois estão vinculados a investimentos para a Copa-14. A entrada de verba federal é essencial para manter o cronograma, de entregar a linha em 2013.
Acordo assinado em janeiro prevê que a União entre com 42% dos recursos -R$ 1,332 bilhão dos R$ 3,17 bilhões-, por meio de empréstimos da Caixa e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O dinheiro vem do PAC da Copa do Mundo.
O evento de ontem foi a assinatura de um convênio entre Estado e prefeitura para a construção da linha. O Estado entrará com R$ 1,5 bilhão (47% do total); o município, com R$ 334,5 milhões (11%). "Queremos esses recursos [federais] para fazer a linha", disse o governador Alberto Goldman (PSDB). Não se trata, disse, de dinheiro dado, mas "emprestado".
A assinatura foi no CEU Paraisópolis (zona sul), uma das regiões mais pobres de SP. Na plateia, moradores seguravam cartazes de exaltação à chegada do metrô.
A linha passará em Paraisópolis. Serão 21,5 km e 19 estações, entre o aeroporto de Congonhas e o Morumbi. A operação será de monotrilho.

SEM FUNÇÃO
A Folha apurou que, sem o estádio do Morumbi na Copa, o governo federal avalia que a linha ouro perderia a função. Neste caso, o Estado teria que pedir outro financiamento à União.
Após o fim da Copa, Estado, prefeitura e governo federal se reunirão para discutir o assunto. O governo do Estado ainda trabalha com a hipótese de convencer a Fifa a usar o Morumbi na Copa. Se isso não ocorrer, a sede paulistana na Copa será uma arena a ser construída em Pirituba (zona norte).

Colaboraram EVANDRO SPINELLI e ALENCAR IZIDORO


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