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OUTRO LADO
Promotoria diz que caso ganhou outra dimensão
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor Carlos Cardoso,
assessor especial da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo,
disse ontem que, no momento
em o preso Fernando Henrique
Rodrigues Batista, o Chacal,
morreu ""não se tinha a dimensão do que de fato existia" por
trás da ação da Polícia Militar.
""É normal a polícia pedir autorização a juiz para preso
acompanhar diligências. O que
é ilegal, é o que parece que ocorreu, os policiais propiciarem
privilégios e benefícios aos presos. Há indícios de que isso
ocorreu e isso é crime", disse.
De acordo com Cardoso, o
promotor de Justiça que recebeu o caso na época da denúncia, no 2º Tribunal do Júri, avaliou o processo ""sob o ponto de
vista de crime de homicídio".
Os dois únicos detidos na
ação, que negam terem participado da reunião dos criminosos
descrita pela PM, foram denunciados por tentativa de homicídio -contra os policiais- e
formação de quadrilha.
Cardoso afirmou que surgiram novas informações neste
ano, que mostram que o grupo
de investigações da PM passou a
utilizar ""práticas ilegais, aparentemente criminosas".
As ações do Gradi serão avaliadas, por enquanto, em um
mesmo inquérito, o que apura a
suposta tortura cometida por
policiais da unidade contra dois
presos que trabalharam para a
inteligência da PM.
Segundo o promotor, a morte
do informante revela falha na
intervenção da polícia. Um soldado, que ajudou na invasão da
casa onde ocorria a reunião suspeita, matou Chacal. Ele afirmou em depoimento que desconhecia o disfarce do preso.
Uma vez identificados os autores das ações consideradas irregulares, reunidas provas, o
Ministério Público disse que irá
processar os responsáveis.
O ex-secretário da Segurança
Pública Marco Vinicio Petrelluzzi, que ocupava o cargo
quando da morte de Chacal, disse à Folha, anteontem, que desconhecia detalhes das operações
montadas pelo Gradi.
Nagashi Furukawa, secretário da Administração Penitenciária, afirmou, por meio de sua assessoria, que não comentaria o caso por se tratar de assunto de outra secretaria e do Judiciário.
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