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Para Polícia Civil, grupo não é experiente
DA REPORTAGEM LOCAL
O monitoramento de sequestros e a competição com policiais
civis no esclarecimento desse tipo
de crime fazem parte da história
do Gradi/PM. Em alguns casos,
policiais civis e militares quase se
enfrentaram, por engano, no
meio de uma investigação.
O Gradi fez pelo menos cinco
pedidos de escuta telefônica para
apurar sequestros em andamento
ao juiz-corregedor do Dipo (Departamentos de Inquéritos Policiais), Maurício Lemos de Porto
Alves, entre fevereiro e dezembro
do ano passado -em boa parte
das solicitações feitas, a motivação estava incompleta.
O combate às ações do PCC serviu como justificativa da maioria
dos pedidos de escuta telefônica
feitos pelo grupo nesse período.
Em dois casos de apuração de
sequestro, no entanto, a facção
criminosa não é mencionada. Em
2 de agosto de 2001, por exemplo,
o Gradi pede a interceptação de
dois telefones que estariam sendo
usados por sequestradores. No
dia 5 de novembro do mesmo
ano, o grupo pede maior prazo da
escuta para cinco telefones, que
estariam sendo usados para negociar o resgate em outro sequestro.
As investigações paralelas têm
causado constrangimento e situações bizarras entre policiais civis e
militares que atuam nessa área.
Há um mês, por exemplo, policiais da DAS (Divisão Anti-Sequestro), da Polícia Civil, estavam
em uma investigação quando decidiram abordar um suspeito.
A ação despertou a reação de
policiais do Gradi que também estavam no caso, segundo policiais
da DAS. A PM pediu reforço. Nesse começo de conflito, um dos policiais civis chegou a receber um
jato de gás pimenta no rosto.
A situação foi contornada, mas
a relação entre policiais civis e militares que atuam na área de sequestro permanece tensa. Muitos
delegados fogem do assunto para
evitar uma polêmica entre as duas
polícias.
A visão de policiais civis é, no
entanto, que o Gradi não tem treinamento especializado para atuar
na área de sequestros. A falta de
prova de vida do sequestrado e a
negociação rápida demais, fatos
que ocorreram no caso de São
Bernardo do Campo, são citados
por policiais civis como provas da
inexperiência da PM.
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