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CASO CELSO DANIEL
Irmãos de prefeito assassinado apontam falhas no inquérito
Família defende nova investigação
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
Os quatro irmãos do prefeito de
Santo André Celso Daniel (PT)
afirmaram ontem que as "autoridades competentes" deveriam refazer as investigações sobre o seu
assassinato, em janeiro passado.
Para eles, que admitem solicitar
a exumação do corpo, não se tratou de um crime comum, e o inquérito está recheado de falhas.
Segundo os irmãos João Francisco, Bruno José, Maria Clélia e
Maria Elizabeth Daniel, que se dizem "tomados por inúmeras dúvidas sobre as circunstâncias e os
motivos do assassinato", ainda
não há como saber se o prefeito
foi torturado antes de morrer.
A família Daniel lamenta não ter
tido acesso até hoje a documentos
sobre o assassinato, como os anexos do laudo da necropsia.
"Cobramos isso [os anexos"
desde fevereiro", disse Bruno José
Daniel Filho, durante coletiva no
consultório de João Francisco, em
São Bernardo do Campo (SP).
Os irmãos, em princípio, não
vão formalizar o desejo de novas
investigações à Justiça nem às polícias Civil e Federal. "Queremos
que eles se sensibilizem com a
nossa posição", afirmou Bruno.
João Francisco não quis relacionar o assassinato de seu irmão
com os supostos casos de propina
que estão sendo investigados. Ele
é uma das principais testemunhas
de acusação da Promotoria.
A família alega que os policiais
encarregados pelas investigações
não se preocuparam em procurar
um suposto empresário do Ceasa
-que, segundo os acusados de
assassinar Celso Daniel, seria o alvo do sequestro.
Para a Secretaria Estadual da Segurança Pública, o fato de nenhum juiz ter solicitado até agora
a reabertura do caso dá a entender
que os trabalhos de investigação
foram bem feitos. A Polícia Federal informou que só irá se manifestar se houver pedidos formais.
Já o Ministério Público de São
Paulo anunciou que vai continuar
trabalhando normalmente no caso. "Novos elementos de prova
que forem chegando serão objetos de análise", disse o promotor
Rodrigo Canellas Dias, do Centro
de Apoio Operacional das Promotorias Criminais.
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