São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

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Cantinas não querem ser "vilãs"

DA SUCURSAL DO RIO

DA REPORTAGEM LOCAL

A qualidade da alimentação não é um problema exclusivo das escolas públicas. Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Alimentação Escolar do MEC, Maria Antônia Galeazzi, as cantinas das escolas particulares costumam ser as grandes vilãs da saúde dos estudantes porque geralmente vendem sanduíches, balas e chocolates, o que não é tão comum na rede pública de ensino.
Por isso mesmo, a preocupação com a educação alimentar vem ganhando adeptos importantes entre os colégios particulares de São Paulo, que começam a controlar os lanches vendidos e a fazer campanhas para convencer crianças e adolescentes a comerem melhor.
"No início, até os pais reclamavam", lembra Maria Manuela de Castro Anabuki, diretora-geral da Escola Carlitos, no centro de São Paulo, onde, além de uma cantina "saudável" -os salgadinhos são assados, só são vendidos sucos, doces e cachorros-quentes são regrados-, os alunos podem ainda "beliscar" frutas frescas durante todo o dia e se servir à vontade de uma mesa de saladas duas vezes por semana. "Serviu para mostrar aos pais que é possível dar limites sem fazer sacrifícios."
Na escola Lourenço Castanho (zona sul de SP), os alunos da pré-escola e da alfabetização têm aulas de culinária saudável e acabam virando verdadeiros fiscais, conta a professora Ciça Kfouri Moreira Ferreira. Ciça criou o fantoche Boca Mole para ajudar as crianças a aprender a comer e a experimentar alimentos "diferentes", como legumes e frutas. O projeto virou um livro infantil de receitas.
Já os alunos do colégio São Luís (centro), podem, a partir de hoje, almoçar num restaurante montado na escola, cujo cardápio é definido por nutricionistas. "A preocupação hoje é grande com a obesidade infantil", diz Jairo Cardoso, diretor administrativo-financeiro da escola.



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