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TRANSPORTE
Sessão para abrir oficialmente os procedimentos de licitação do novo modelo para o setor foi válida, diz secretário
Protesto faz audiência durar só 6 minutos
DA REPORTAGEM LOCAL
Motoristas e cobradores de ônibus cercaram o prédio da Assembléia Legislativa no início da manhã de ontem, tentando impedir a
entrada de pessoas para a audiência pública marcada para abrir
oficialmente os procedimentos de
licitação do novo modelo de
transporte, que a prefeitura pretende adotar a partir de 2003.
Apesar da confusão e de ter durado apenas seis minutos, a audiência foi considerada válida pelo secretário municipal dos
Transportes, Carlos Zarattini.
Segundo a PM, 3.000 manifestantes estiveram no local. As ruas
próximas foram interditadas.
Dentro e fora do prédio, 140 policiais civis e militares faziam a segurança. Todas as pessoas que entraram no plenário -mais de
400- foram revistadas e passaram por um detector de metais.
Um motorista foi detido com
duas facas e uma barra de ferro.
Os manifestantes realizaram
um apitaço e carregavam faixas
com as inscrições "secretário trapalhão" e "fora Zarattini".
Às 10h47, a audiência foi aberta.
O apitaço continuou e bolinhas de
papel foram jogadas contra a mesa, onde estavam Zarattini, o chefe de gabinete, Luiz Rangel, e o
presidente da SPTrans (São Paulo
Transporte), Carlos Alberto Carmona, que vai organizar as regras
do novo sistema.
Pouco depois, um PM tentou
deter um motorista que jogava
uma bolinha de papel. A partir
daí, houve confusão, correria e
quebra-quebra. Carmona declarou a audiência encerrada.
A prefeita Marta Suplicy (PT)
afirmou que o episódio foi "deplorável". No dia 5 de julho, a primeira audiência foi interrompida
por motoristas e cobradores, que
tentaram agredir Zarattini e destruíram parte do auditório Elis
Regina, no Anhembi.
Advogados ouvidos pela Folha
divergem quanto à validade da
audiência. Alguns dizem que não
houve possibilidade de discussão
do projeto e que, por isso, a sessão
deveria ser anulada.
Outros afirmam que a lei de licitações "não diz como deve ocorrer uma audiência" e que, no caso
da inviabilidade de realização, a
prefeitura teria a alternativa de
publicar as propostas em seu site
ou no "Diário Oficial", realizando
uma consulta pública por escrito.
O sindicato dos motoristas informou que irá à Justiça para tentar cancelar a audiência.
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