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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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BARBARA GANCIA

Uísque, companheiro?

Convenhamos: nos últimos tempos, a cintura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma bela murchada, ele já não transpira mais furiosamente como nos primeiros meses no Planalto nem chora a cada discurso que faz, como era praxe no início do mandato.
Mesmo assim, a imprensa insiste em insinuar que Lula anda bebendo além da conta. É uma notinha maliciosa aqui, um comentário vil ali, e a gente acaba tendo a impressão de que o presidente do país é o Boris Ieltsin.
Não é bem assim e, dias atrás, Lula mostrou publicamente, em Brasília, como encara os boatos a esse respeito. Depois de fazer um daqueles longos discursos que já viraram rotina, o presidente entrou em uma sala onde estavam sendo servidos sucos e café e, na frente de várias testemunhas, perguntou ao garçom: "Não tem uísque?". Atônito, o serviçal respondeu que não, mas que iria providenciar um scotch imediatamente. Lula o conteve, dizendo: "O que é isso, companheiro? São dez horas da manhã, você acha que eu tomo uísque a esta hora? Eu estava brincando".
Por falar em beber uísque de manhã, quem já encomendou em algum site de compras a caixa de DVDs com o quarto ano da série "Sex and the City" deve ficar atento ao impulso de se afogar no álcool que a participação especial da nossa Sônia Braga é capaz de despertar. Eterna Gabriela Cravo e Canela para exportação, Sônia faz uma brazuca lésbica e artista-plástica de nome Maria Diega Reyes (cuma?), que chama as amigas nova-iorquinas à sua volta de "chicas".
São tantas caras, bocas e piscadas em uns poucos minutos em cena que não sei como Sônia ainda não foi chamada para fazer um quadro no programa da Ana Maria Braga, ensinando ginástica facial à mulherada.
E, já que estamos falando de ginástica facial, a prefeita Marta pode franzir a testa o quanto quiser, mas, como frequentadora assídua do Ibirapuera desde 1958, prefiro ver a escangalhada marquise do parque ser repavimentada e seu lago despoluído a assistir à construção de um novo teatro no local.
Não seria mais sensato utilizar o dinheiro que a iniciativa privada está oferecendo para consertar o que já está avariado? De que serve erguer um teatro no parque se, com o tempo, ele acabará no mesmo estado capenga em que se encontra a marquise?
Afinal, senhora prefeita, "dinheiro de origem maravilhosa", de fato, é aquele que é oferecido sem ônus, para ser usado da forma que melhor convier.


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