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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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SAÚDE

Ocorreram 10 óbitos em julho em maternidade de hospital de Caruaru; secretário diz que número está dentro da média

Morte de prematuros é investigada em PE

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco) investiga a morte de dez recém-nascidos prematuros ocorrida no mês de julho na maternidade do hospital Jesus Nazareno, em Caruaru (136 km de Recife).
A denúncia de um eventual problema foi feita ao conselho no dia 14 por médicos do próprio hospital, que pertence ao Estado. Quatro bebês teriam morrido em seis dias, no início do mês.
"Se o corpo clínico da própria maternidade fez a denúncia, é porque alguma coisa diferente aconteceu", disse o presidente do Cremepe, Jurandir Brainer.
Segundo ele, um pedido de autorização para a abertura de sindicância "ex-ofício" (sem o nome do autor da denúncia) será feito hoje aos conselheiros.
"Queremos verificar se as mortes ocorreram por fatalidade, por problemas de infra-estrutura de atendimento, negligência ou por falha nos procedimentos do pré-natal", declarou Brainer.
O delegado do conselho em Caruaru, Rodolfo Santiago, já solicitou à direção do hospital os prontuários dos bebês. De acordo com ele, os médicos relataram ainda suposta falta de materiais e medicamentos na maternidade.
Santiago disse que os recém-nascidos necessitavam de atendimento especial por serem prematuros e terem sido internados com algum problema de saúde.
"O risco de morte nessas situações é realmente alto", reconheceu ele. Entretanto, disse, o hospital não possui UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.
São realizados em média 30 partos por dia. A unidade é considerada referência no atendimento de partos de alto risco.

Outro lado
O secretário da Saúde de Pernambuco, Guilherme Robalinho, disse que não há "nada de anormal" na maternidade.
Segundo ele, a média de mortes na unidade é de um bebê a cada três dias, o equivalente a dez mortes por mês. "O ideal é não ocorrer nenhuma, mas o hospital atende casos de risco", declarou.
Segundo Robalinho, das 10 crianças mortas, 9 não haviam nascido na maternidade. "Elas foram transferidas de outras cidades em estado grave."
Robalinho afirmou que o governo, ao assumir, encontrou a unidade "em situação desastrosa". Segundo ele, foram investidos R$ 2,3 milhões na reforma.


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