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SAÚDE
Ocorreram 10 óbitos em julho em maternidade de hospital de Caruaru; secretário diz que número está dentro da média
Morte de prematuros é investigada em PE
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O Cremepe (Conselho Regional
de Medicina de Pernambuco) investiga a morte de dez recém-nascidos prematuros ocorrida no
mês de julho na maternidade do
hospital Jesus Nazareno, em Caruaru (136 km de Recife).
A denúncia de um eventual problema foi feita ao conselho no dia
14 por médicos do próprio hospital, que pertence ao Estado. Quatro bebês teriam morrido em seis
dias, no início do mês.
"Se o corpo clínico da própria
maternidade fez a denúncia, é
porque alguma coisa diferente
aconteceu", disse o presidente do
Cremepe, Jurandir Brainer.
Segundo ele, um pedido de autorização para a abertura de sindicância "ex-ofício" (sem o nome
do autor da denúncia) será feito
hoje aos conselheiros.
"Queremos verificar se as mortes ocorreram por fatalidade, por
problemas de infra-estrutura de
atendimento, negligência ou por
falha nos procedimentos do pré-natal", declarou Brainer.
O delegado do conselho em Caruaru, Rodolfo Santiago, já solicitou à direção do hospital os prontuários dos bebês. De acordo com
ele, os médicos relataram ainda
suposta falta de materiais e medicamentos na maternidade.
Santiago disse que os recém-nascidos necessitavam de atendimento especial por serem prematuros e terem sido internados
com algum problema de saúde.
"O risco de morte nessas situações é realmente alto", reconheceu ele. Entretanto, disse, o hospital não possui UTI (Unidade de
Terapia Intensiva) neonatal.
São realizados em média 30 partos por dia. A unidade é considerada referência no atendimento
de partos de alto risco.
Outro lado
O secretário da Saúde de Pernambuco, Guilherme Robalinho,
disse que não há "nada de anormal" na maternidade.
Segundo ele, a média de mortes
na unidade é de um bebê a cada
três dias, o equivalente a dez mortes por mês. "O ideal é não ocorrer nenhuma, mas o hospital
atende casos de risco", declarou.
Segundo Robalinho, das 10
crianças mortas, 9 não haviam
nascido na maternidade. "Elas foram transferidas de outras cidades em estado grave."
Robalinho afirmou que o governo, ao assumir, encontrou a unidade "em situação desastrosa".
Segundo ele, foram investidos R$
2,3 milhões na reforma.
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