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São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

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COMÉRCIO ILEGAL

Shopping popular deve sair em um mês

Secretário de SP recusa negociação com camelô que quer ficar na rua

DA REPORTAGEM LOCAL

Não adianta fechar comércio, atirar pedra nem fazer passeata.
Se depender do secretário das Subprefeituras de São Paulo, Antonio Donato Madormo, os camelôs ilegais não voltam para o centro da cidade -e não haverá negociação. O diálogo só poderá acontecer se os ambulantes forem para um prédio alugado que deve virar o "popcenter", um shopping popular. Leia a seguir trechos da entrevista concedida pelo secretário Madormo ontem.
(MARIANA VIVEIROS)

Pergunta - A situação na rua 25 de Março era previsível?
Antonio Donato Madormo -
A gente já esperava algum nível de resistência porque lá o comércio está muito ligado a contrabando, a produtos de roubo de carga.

Pergunta - Os camelôs serão recebidos para negociação?
Madormo -
Todo o processo foi negociado desde 2001 na Comissão Permanente de Ambulantes. O número de vagas, de pontos e os critérios para sair foram acertados, portanto, já houve negociação. Se eles querem uma negociação para discutir aumento do número de vagas, ela não existirá.

Pergunta - E é possível negociar alguma outra coisa?
Madormo -
Se eles quiserem que a gente intermedeie o uso de galpões vazios, onde eles possam fazer uma feirinha com produtos legalizados, é possível. Mas colocar ambulantes na rua além dos regularizados, não.

Pergunta - E a opção de tornar a 25 de Março um calçadão?
Madormo -
No momento não está colocada essa proposta.

Pergunta - Quais as alternativas para quem não pode ficar na rua?
Madormo -
A Secretaria do Trabalho abriu inscrições e ofereceu 2.600 vagas na Operação Trabalho. Um percentual do total vai ser qualificado para os "popcenters", shoppings populares. Hoje a gente tem um prédio alugado e em reformas. Até o fim do mês, esperamos poder organizar um contingente de ambulantes lá.

Pergunta - Se as opções tivessem sido oferecidas antes, a confusão não seria menor?
Madormo -
Ao contrário. Eles [os camelôs ilegais] só vão acreditar nas alternativas quando virem que nas ruas não vão poder ficar. Eles não acreditavam que a gente ia fazer uma operação para valer.


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