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COMÉRCIO ILEGAL
Shopping popular deve sair em um mês
Secretário de SP recusa negociação com camelô que quer ficar na rua
DA REPORTAGEM LOCAL
Não adianta fechar comércio,
atirar pedra nem fazer passeata.
Se depender do secretário das
Subprefeituras de São Paulo, Antonio Donato Madormo, os camelôs ilegais não voltam para o
centro da cidade -e não haverá
negociação. O diálogo só poderá
acontecer se os ambulantes forem
para um prédio alugado que deve
virar o "popcenter", um shopping
popular. Leia a seguir trechos da
entrevista concedida pelo secretário Madormo ontem.
(MARIANA VIVEIROS)
Pergunta - A situação na rua 25
de Março era previsível?
Antonio Donato Madormo - A
gente já esperava algum nível de
resistência porque lá o comércio
está muito ligado a contrabando,
a produtos de roubo de carga.
Pergunta - Os camelôs serão recebidos para negociação?
Madormo - Todo o processo foi
negociado desde 2001 na Comissão Permanente de Ambulantes.
O número de vagas, de pontos e
os critérios para sair foram acertados, portanto, já houve negociação. Se eles querem uma negociação para discutir aumento do número de vagas, ela não existirá.
Pergunta - E é possível negociar
alguma outra coisa?
Madormo - Se eles quiserem que
a gente intermedeie o uso de galpões vazios, onde eles possam fazer uma feirinha com produtos legalizados, é possível. Mas colocar
ambulantes na rua além dos regularizados, não.
Pergunta - E a opção de tornar a
25 de Março um calçadão?
Madormo - No momento não está colocada essa proposta.
Pergunta - Quais as alternativas
para quem não pode ficar na rua?
Madormo - A Secretaria do Trabalho abriu inscrições e ofereceu
2.600 vagas na Operação Trabalho. Um percentual do total vai
ser qualificado para os "popcenters", shoppings populares. Hoje
a gente tem um prédio alugado e
em reformas. Até o fim do mês,
esperamos poder organizar um
contingente de ambulantes lá.
Pergunta - Se as opções tivessem
sido oferecidas antes, a confusão
não seria menor?
Madormo - Ao contrário. Eles [os
camelôs ilegais] só vão acreditar
nas alternativas quando virem
que nas ruas não vão poder ficar.
Eles não acreditavam que a gente
ia fazer uma operação para valer.
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