DA AGÊNCIA FOLHA

Cerca de cem integrantes da COL (Comissão de Organização e Luta), entidade formada por moradores sem teto de duas comunidades de Recife, queimaram pneus e provocaram tumulto ontem durante protesto realizado em frente à prefeitura.
Eles reivindicavam a construção de 178 casas populares nos bairros de Santo Amaro e Joana Bezerra, onde moram. A guarda municipal interveio e houve confusão. Uma pessoa foi detida.
A manifestação organizada pelos integrantes COL, encerrada no início da noite, ocorreu seis horas após manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) realizarem um protesto no mesmo local.
O movimento reclamava da ação policial ocorrida na madrugada, quando 40 homens da tropa de choque da Polícia Militar despejaram os cerca de 500 sem-teto que invadiram anteontem um terreno ao lado da prefeitura.
A avenida que passa em frente à sede do Executivo municipal foi interditada por cerca de 30 minutos, mas não houve confronto.
A assessoria da PM informou que agiu por conta própria no despejo porque a área invadida -um terreno onde funcionou um depósito da Petrobras- é considerada "de risco" por manter tanques com resíduos de materiais combustíveis.

Litoral de São Paulo
O grupo Alemoa, de Santos (litoral de São Paulo), protocolou na Justiça o pedido de reintegração de posse da área invadida na segunda feira em São Sebastião (litoral norte de São Paulo) por 53 famílias sem-teto, que já dividiram os lotes.
As famílias ocuparam uma área de 1.200 m2 entre as praias de Boracéia e da Barra do Una, na costa sul de São Sebastião, a mais valorizada do litoral norte paulista.
Os invasores fazem parte de grupos de migrantes do Nordeste que vão a São Sebastião trabalhar na construção civil.
O advogado Marcelo Guimarães da Rocha e Silva, que ajuizou a ação, afirmou que a Justiça já proibiu os invasores de continuar montando barracos no terreno, que está em uma APA (Área de Proteção Ambiental).
A Folha não conseguiu confirmar a informação no fórum de São Sebastião ontem à tarde.