São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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PLANTÃO MÉDICO

Estudo especula sobre morte de Lênin

JULIO ABRAMCZYK

A saúde dos políticos em geral e dos chefes de Estado em particular deve ser transparente. Assim como a de médicos e pilotos de aeronaves, entre muitos outros responsáveis por muitas vidas.
Enquanto os pilotos passam por exames médicos anuais, na área da política com freqüência as doenças dos líderes são minimizadas e, nos casos mais graves, as informações são manipuladas.
Assim ocorreu com pelos menos dois presidentes americanos -T. Woodrow Wilson e Franklin Delano Roosevelt- e, em Israel, com o primeiro-ministro Menachen Begin, na década de 80.
Um trabalho publicado no "European Journal of Neurology" de junho sugere ter resolvido o mistério da morte, há 80 anos, de Vladimir I. Lênin, aos 54 anos.
Os autores,V. Lerner, Y. Finkelstein e E. Witztum, de Israel, com base em cinco anos de pesquisas em arquivos liberados da antiga União Soviética, relatórios de necropsia e livros de memória de antigos médicos, concluem que Lênin sofreu e morreu de neurossífilis, a sífilis terciária que após muitos anos afeta o cérebro.
Apesar de oficialmente a causa da morte ter sido arteriosclerose, os autores assinalam que a sífilis produziu lesões cerebrais e demência nos dois últimos anos de vida do líder. Entretanto destacam que, com o avanço da tecnologia do DNA, no futuro poderá ser possível, com material cerebral preservado de Lênin, comprovar ou afastar a hipótese.


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