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Jobim propõe redução de tarifas aeroportuárias
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Durante reunião ministerial
na última quinta-feira, na granja do Torto, em Brasília, o ministro Nelson Jobim (Defesa)
propôs uma revisão das tarifas
aeroportuárias e do ICMS cobrado sobre combustíveis como "arma" para melhorar a distribuição de vôos pelos aeroportos do país.
Segundo relatou à Folha um
dos presentes à reunião, ao fazer uma prestação de contas
sobre o gerenciamento da crise
aérea e mostrar as sugestões
para nova malha aérea, o ministro teria citado o exemplo
de Toronto, no Canadá, para
defender que a redução das taxas cobradas pelos aeroportos
menos movimentados pode estimular os passageiros a utilizar mais esses locais.
São várias as taxas cobradas
dos passageiros, das companhias aéreas e das transportadoras de cargas. No final, todas
elas influenciam o preço das
passagens.
A taxa de embarque, por
exemplo, é paga diretamente
na hora em que se compra um
bilhete aéreo, mas outras tarifas, como a de pouso e a de permanência, que representam
custos para as empresas, acabam pesando indiretamente no
valor cobrado dos clientes.
Segundo a Infraero, desde
1989, a taxa de embarque -doméstica e internacional- tem
um adicional de 50% para financiar melhorias e expansões
de aeroportos.
Inicialmente, esse adicional
deveria ser provisório, mas é
cobrado até hoje, e o dinheiro
arrecadado é dividido entre a
Infraero, o Programa Federal
de Auxílio a Aeroportos (Profaa) e o fundo aeronáutico.
No caso da taxa adicional cobrada nos vôos internacionais,
o Tesouro Nacional também
entra na divisão. A extinção
desse adicional é reivindicação
antiga das empresas aéreas.
Atualmente, essas taxas já
possuem valores diferenciados
de acordo com a classificação
dos aeroportos. Nos maiores e
mais movimentados, a taxa de
embarque doméstico, já incluída a tarifa extra, é de R$ 19,62 e
a internacional, US$ 36 (cerca
de R$ 72), segundo tabela da
Infraero. Aí estão incluídos os
aeroportos de São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília, Salvador, Recife, Porto Alegre, Minas Gerais e Curitiba.
A diferença da taxa cobrada
nos aeroportos menores, como
São José do Rio Preto, São José
dos Campos, Uberaba, Campinas, Goiânia e Ilhéus, é pequena: R$ 15,42 nos vôos domésticos e R$ 60 (US$ 30) nos internacionais.
ICMS
Jobim destacou também que
a questão da unificação da alíquota do ICMS sobre combustíveis, além de ajudar a melhorar a distribuição de vôos, é
uma medida de segurança.
Ele teria citado especificamente o caso do acidente com o
vôo 3054 da TAM, em Congonhas, lembrando que o fato de o
avião estar com muito combustível aumentou a tragédia.
De acordo com o ministro,
como o ICMS no Rio Grande do
Sul, origem do vôo, é mais baixo
do que em São Paulo, destino final, o avião carregava uma
quantidade de combustível
maior do que a necessária para
o trecho.
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