São Paulo, sábado, 01 de setembro de 2007

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Ministros confirmam repasse de verbas para conter crise na saúde no Nordeste

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem, em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, que se reunirá na segunda-feira com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para propor a antecipação da verba de R$ 2 bilhões destinada a contornar a crise da saúde no Nordeste.
Mais cedo, Temporão havia confirmado a liberação de recursos ainda em setembro, mas desconversou sobre os valores.
Na segunda-feira, a Presidência da República anunciou a liberação de R$ 2 bilhões, ainda contingenciados, mas anteontem Mantega disse que o valor ainda está sendo analisado.
"A decisão de liberar o recurso está tomada", afirmou Temporão ontem em São Paulo, durante inauguração de um centro de simulação médica no hospital Albert Einstein, avaliado em US$ 2,5 milhões.
Ele confirmou que R$ 2 bilhões são o valor de que necessita e informou que, na segunda, discutirá com a Fazenda o repasse aos Estados.
Segundo o ministro, os recursos serão destinados para reajustes de procedimentos de alta e média complexidade, além de um aumento do limite financeiro dos Estados, o que permitirá a ampliação de cirurgias, exames e terapias.
O ministro voltou a criticar o uso pela imprensa das palavras "apagão" ou "caos" para definir a crise da saúde. "Há problemas localizados, de algumas especialidades, mas o sistema funciona bem no país todo."
Para ele, é preciso uma solução que garanta a sustentabilidade do SUS a médio e longo prazos. Isso passaria pela regulamentação da emenda 29, que obriga Estados a aplicar 12% das receitas próprias em saúde. A medida passou a valer em 2000, mas, sem a regulamentação, há diferentes interpretações sobre os gastos em saúde.
Ontem cedo, Temporão se reuniu com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e apelou para que ele reveja sua posição contrária à prorrogação da CPMF. "Será uma tragédia para o SUS. Hoje, dos 40 bilhões do orçamento, 16 vêm da CPMF."

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