São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Legacy ia para empresa de táxi aéreo nos EUA

Aeronave da Embraer tinha a bordo sete passageiros

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK

O Legacy que se envolveu no acidente com a avião da Gol era um jato novo, recém-fabricado pela Embraer, e estava em vôo para deixar o Brasil pela primeira vez.
O Legacy tinha a bordo sete passageiros e decolou do aeroporto de São José dos Campos (91 km de SP), no Vale do Paraíba, às 14h52 de anteontem. O destino era o aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus (AM). De lá, seguiria para os EUA.
O jato foi comprado da Embraer pela empresa de táxi aéreo americana Excel Aire, com sede em Ronkonkoma, Long Island, Estado de Nova York. A empresa confirma a transação e diz que o vice-presidente, David Rimmer, responsável por serviços de charter, estava em São José para fechar negócios com a fabricante brasileira e trazer a nova aeronave aos EUA, a segunda da frota.
A porta-voz da Excel Aire, Lisa Hendrickson, afirma que o executivo passa bem, mas, a pedido das autoridades aeroportuárias brasileiras, está incomunicável na base aérea de Cachimbo. O isolamento seria para ajudar na investigação do acidente. Rimmer não estaria em contato com a empresa.
Segundo funcionários do aeroporto de São José, os passageiros do Legacy embarcaram na aeronave diretamente da sede da Embraer. Por se tratar de um avião executivo e porque realizaria num primeiro momento um vôo dentro do país, a identificação dos passageiros não é necessária, ao contrário de vôos comerciais. Em Manaus, antes de partir para o exterior, o Legacy seria então vistoriado, e seus passageiros também teriam que apresentar documentos e passaporte.
Construído sobre a plataforma do jato comercial ERJ 145, o Legacy foi o primeiro avião executivo lançado pela Embraer, em 2002. Ele tem capacidade para transportar até 13 passageiros e custa US$ 24 milhões. Tem 26,33m de comprimento e 21,17m de asa a asa.
A Embraer disse que enviou técnicos até a região da queda do Boeing, para ajudar as autoridades na investigação. Em nota, a fabricante diz que "lamenta profundamente o acidente" e que "se solidariza com os familiares das vítimas e a Gol Linhas Aéreas neste momento de dor para todos."
A Embraer informou ainda que o Legacy possui um aparelho chamado TCAS (sigla em inglês para sistema de alerta anticolisão), que avisa o piloto quando existe risco de choque com outra aeronave ou com alvos fixos, como montanhas.
O piloto de helicóptero Eduardo Faria, na profissão há nove anos, disse que o TCAS (pronuncia-se tiqués), no caso de aviões, é acoplado ao próprio piloto automático e, por isso, tem capacidade de, sozinho, desviar o avião de curso.
"Tanto o Boeing da Gol como o Legacy contam com este sistema. Acredito que um dos dois aparelhos tenha falhado ou, então, estava desligado. Com o TCAS funcionando perfeitamente é praticamente impossível uma colisão", disse Faria.


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