São Paulo, quarta-feira, 01 de outubro de 2008

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"Não tenho mais emprego nem família", diz

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Sem dinheiro, sem emprego e rejeitado pela mulher, Júlio Eglésias Soares, 31, afirma que pensou que jamais seria solto. Em entrevista por telefone, disse que, apesar de tudo, não tem mágoa do irmão. (RV)

 

FOLHA - Como foi o momento da prisão?
JÚLIO EGLÉSIAS SOARES
- Eu fiquei sem ação. Quando a polícia me procurou para conversar, eu simplesmente não entendia o que estava acontecendo. Para começar, nunca tinha ido a Mato Grosso.

FOLHA - Como ficou sabendo sobre seu irmão?
JÚLIO
- Da própria boca dele. Ele me contou o que fez, mas não se dispôs a ajudar. Ele disse para eu não contar nada ou algo de ruim poderia me acontecer.

FOLHA - Por isso não contou antes sua história?
JÚLIO
- Eu contava para todo mundo, mas ninguém me ouvia. Achava que nunca mais ia sair dali.

FOLHA - O que sente agora?
JÚLIO
- Estou feliz e, ao mesmo tempo, triste. Eu estou livre, mas desempregado, sem dinheiro para voltar para casa e, o que é pior, sem minha família. Assim que saí da cadeia, telefonei para minha mulher e ela disse que não quer mais saber de mim.

FOLHA - Você guarda mágoa do seu irmão?
JÚLIO
- Não. Fomos criados em famílias diferentes. Cresci numa família evangélica e aprendi que a gente não pode guardar rancor. Não desejo para ele o que ele me causou.


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