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ANS vai diminuir tempo de espera para consultas
Atendimento com clínico-geral, por exemplo, terá de ser feito em até 7 dias
Novas regras devem ser publicadas no "Diário Oficial da União" neste mês e passam a vigorar a partir do ano que vem
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Usuários de planos de saúde não poderão esperar mais
do que sete dias por uma consulta básica (com pediatra,
ginecologista, clínico-geral,
cardiologista e ortopedista,
por exemplo). Nas demais especialidades, o prazo máximo será de duas semanas.
As novas regras, anunciadas ontem pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e publicadas por "O
Estado de S.Paulo", devem
estar no "Diário Oficial da
União" neste mês e passam a
vigorar a partir de 2011.
Os prazos ficarão mais curtos também para exames laboratoriais e de imagem
-que passam a ser feitos em
até três e dez dias, respectivamente- e procedimentos de
alta complexidade (como cateterismo) e internações eletivas (não emergencial), que
não podem passar de 21 dias.
Mas a ANS admite que
nem ela nem os planos terão
controle sobre a disponibilidade do prestador de serviço.
Isso significa que se o usuário tiver preferência por determinado médico, vai depender da agenda dele.
"A ANS espera garantir
acesso a pelo menos um especialista, laboratório ou
hospital", diz Alfredo Cardoso, diretor de normas e produtos da agência.
Pesquisa da ANS com as
operadoras de saúde mostrou que mais da metade delas acha razoável que um
usuário de plano espere de 8
a 30 dias para uma cirurgia
eletiva. Uma pequena parcela (5%) admite deixar o paciente esperando por mais de
dois meses. Participaram do
estudo 840 operadoras
(72,3% do total).
"Queremos impedir que as
distorções das operadoras,
quer por insuficiência quantitativa de rede quer por mecanismos de regulação de
acesso, retardem a prestação
de serviços ao consumidor",
afirma Cardoso.
Outro levantamento do
Idec (Instituto de Defesa do
Consumidor) mostra que a situação pode ser ainda pior do
que aquela verificada na pesquisa com as operadoras.
"Vimos que há casos com
tempo de espera de seis meses por uma especialidade
porque o plano não tem especialistas em número necessário para atender o consumidor", diz a advogada do Idec
Daniela Trettel. O Idec também defende que a ANS defina as sanções a empresas
que não cumprirem prazos.
OUTRO LADO
A Abramge (Associação
Brasileira de Medicina de
Grupo) informa que participou das discussões da ANS
sobre os prazos para a marcação de consulta, mas que vai
aguardar a publicação das
medidas para se pronunciar
a respeito delas. "É preciso
confirmar se estão previstas
algumas exceções que são
fundamentais para o cumprimento da nova norma."
Uma das exceções previstas são as situações de epidemias, por exemplo, em que
há excesso de demanda.
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