São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2000

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SEGURANÇA
"Mas situação da segurança pessoal está piorando no país", diz analista da consultoria inglesa Control Risks
Brasil tem baixo risco político, diz relatório

DA SUCURSAL DO RIO

Além de monitorar diariamente 300 cidades ao redor do mundo, a Control Risks produz anualmente um mapa com previsões sobre os riscos políticos e de segurança dos países. Para 2001, o Brasil está classificado como um país de baixo risco em ambas as categorias. É a mesma avaliação feita para os EUA, a França, a Inglaterra e a Alemanha, por exemplo.
O "RiskMap 2001" (mapa de riscos em 2001) foi lançado este mês em Londres. As duas avaliações têm cinco níveis: insignificante, baixo, médio, alto e extremo.
"A situação política do Brasil tem melhorado. A democracia brasileira está consolidada e um golpe de Estado dado pelos militares é impensável. O presidente que vai suceder Fernando Henrique Cardoso vai ser escolhido em uma eleição aberta e transparente e a transferência de poder em 2002 deve ocorrer de forma pacífica", explica Paul Doran, analista de pesquisas para as Américas da Control Risks.
"Mas a situação da segurança pessoal está piorando", avalia Doran, afirmando que, na época do regime militar, esse aspecto não era tão ruim, embora os riscos políticos fossem maiores.
Presidente da Control Risks do Brasil, James Wygand avalia que a situação político-econômica no país vem melhorando. E dá exemplos. "O correio brasileiro funciona melhor e mais rápido do que nos Estados Unidos", compara.

Extremo risco
Desde 1997, quando foi criado o "RiskMap", o número de países classificados como de extremo risco à segurança passou de cinco para 12. Aqueles considerados de alto risco passaram de 39 para 47.
Praticamente todas as áreas de risco são em países pobres.
Jake Stratton, diretor de pesquisas do serviço de informação da Control Risks, acredita que há uma ligação direta entre pobreza e violência.
Ele salienta, entretanto, que essa relação não é obrigatória. Ele cita a Índia, em que as áreas mais inseguras não são necessariamente as mais pobres.

Coréia do Norte
O relatório desenvolvido pela Control Risks também mostra que as regiões mais inseguras nem sempre são as que sofrem maior instabilidade política ou econômica. Segundo Stratton, esse é o caso da Coréia do Norte.
"Lá o risco político é alto. É um país controlado por um homem bastante misterioso, com um partido único, não há um Judiciário confiável para investidores. Mas é um dos lugares mais seguros do mundo", explica. (LAR)


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