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Disputa ocorre nos bastidores
DA REPORTAGEM LOCAL
Por conta da disputa pelo Instituto da Mulher, a distribuição do
espaço, que deveria ser feita às
claras, transformou-se num loteamento de bastidores.
De um lado, o professor José
Aristodemo Pinotti rebelou-se
contra a proposta de ocupação.
Reivindicava que o resto dos andares abrigassem especialidades
relacionadas com a saúde da mulher. O secretário José da Silva
Guedes, por sua vez, teria exigido
espaços para serviços carentes na
Grande São Paulo, como o tratamento de câncer e transplantes.
Partiu-se para uma nova rodada
de disputas. Titulares como Pinotti e Marcelo Zugaib, da Ginecologia e Obstetrícia, disseram
que o secretário Guedes, com suas
atitudes, alimenta o "apetite" de
outros professores. Guedes diz
que busca caminhos para priorizar as necessidades da população.
Outro homem forte nessa balança é David Uip, infectologista
do Hospital das Clínicas, diretor
da Casa da Aids, assessor do governador Mário Covas e representante do secretário da Saúde
na comissão de "partilha" do prédio do instituto. Uip é também o
médico pessoal do governador.
"Tudo o que o governador quer
é que o prédio seja concluído",
afirma Uip. "Na minha opinião, a
ocupação deve ser decidida pelo
conselho deliberativo do HC, pela
congregação da Faculdade de Medicina e pela Secretaria da Saúde."
Afinal, o prédio do instituto,
embora construído no terreno do
Instituto Emílio Ribas, pertence à
Ssecretaria da Saúde, que, por sua
vez, comanda o HC. A esta altura,
todas as partes concordam que o
futuro hospital deva fazer parte
do hospital.
"Posso dizer que estamos caminhando para um consenso", diz o
professor Pinotti, que no início
queria todo o prédio.
Conformismo? Ele diz que não.
"É uma decisão de bom senso",
prefere dizer. Afinal, dizem técnicos da secretaria, esqueletos de
hospitais não curam ninguém,
nem dão votos a ninguém.
Guedes só espera que as várias
partes -aí incluído ele próprio-
cheguem a um acordo sobre a
ocupação para então levar a proposta "fechada" ao governador.
Quem conhece Covas afirma
que ele faz questão de assumir as
negociações com as construtoras
e de exigir preços mais baratos. E
mais rapidez. Se o processo não
for agilizado, o esqueleto da dr.
Arnaldo corre o risco de ser não
ser inaugurado na sua gestão.
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