São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2000

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Verba para combater Aids não terá corte

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O coordenador nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Paulo Roberto Teixeira, anunciou ontem que não haverá mais corte no orçamento do programa de Aids do ministério.
O ministro do Planejamento, Martus Tavares, ficou encarregado de dar a garantia para o ministro José Serra (Saúde).
De acordo com Serra, serão liberados R$ 101 milhões nos próximos dias para o programa.
O coordenador nacional abriu ontem, em Fortaleza, a programação nacional do Dia Mundial de Luta contra a Aids, que é comemorado hoje.

Incidência em mulheres
A campanha deste ano no Brasil é dirigida aos homens heterossexuais. Ela sugere a utilização do preservativo, informando que o crescimento da Aids entre as mulheres é três vezes maior do que entre os homens.
Em 229 municípios brasileiros -a maioria deles com menos de 50 mil habitantes-, a incidência das últimas notificações da doença já é maior em mulheres do que em homens, de acordo com informações do Ministério da Saúde.
No ano de 1985, a Aids atingia uma mulher para cada grupo de 25 homens.
Atualmente, a diferença no número de contaminados caiu bastante e a média nacional é de dois homens para cada mulher.
Para o Ministério da Saúde, a situação é ainda mais grave porque a maioria das mulheres contaminadas está em idade reprodutiva. Isso pode significar um crescimento potencial na transmissão vertical -que acontece da mãe para o bebê.
A campanha, que será veiculada assim que for feita a liberação dos recursos orçamentários, está atrasada em consequência de uma redução de R$ 1,2 bilhão no Orçamento do ministério.
A pasta de José Serra deu preferência para a distribuição de medicamentos anti-retrovirais.
Anteontem, o ministério chegou a divulgar que seu estoque de medicamentos Neufinavir e Indinavir, usados no tratamento de pessoas com Aids, deveria acabar nos próximos 15 dias.
Além disso, o estoque de outros três remédios do coquetel (como é chamado o tratamento com combinação de remédios) e o AZT injetável -usado em mulheres na hora do parto para impedir a contaminação do bebê pelo vírus HIV- também poderia acabar.


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