|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Verba para combater Aids não terá corte
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O coordenador nacional de
DST/Aids do Ministério da Saúde,
Paulo Roberto Teixeira, anunciou
ontem que não haverá mais corte
no orçamento do programa de
Aids do ministério.
O ministro do Planejamento,
Martus Tavares, ficou encarregado de dar a garantia para o ministro José Serra (Saúde).
De acordo com Serra, serão liberados R$ 101 milhões nos próximos dias para o programa.
O coordenador nacional abriu
ontem, em Fortaleza, a programação nacional do Dia Mundial de
Luta contra a Aids, que é comemorado hoje.
Incidência em mulheres
A campanha deste ano no Brasil
é dirigida aos homens heterossexuais. Ela sugere a utilização do
preservativo, informando que o
crescimento da Aids entre as mulheres é três vezes maior do que
entre os homens.
Em 229 municípios brasileiros
-a maioria deles com menos de
50 mil habitantes-, a incidência
das últimas notificações da doença já é maior em mulheres do que
em homens, de acordo com informações do Ministério da Saúde.
No ano de 1985, a Aids atingia
uma mulher para cada grupo de
25 homens.
Atualmente, a diferença no número de contaminados caiu bastante e a média nacional é de dois
homens para cada mulher.
Para o Ministério da Saúde, a situação é ainda mais grave porque
a maioria das mulheres contaminadas está em idade reprodutiva.
Isso pode significar um crescimento potencial na transmissão
vertical -que acontece da mãe
para o bebê.
A campanha, que será veiculada
assim que for feita a liberação dos
recursos orçamentários, está atrasada em consequência de uma redução de R$ 1,2 bilhão no Orçamento do ministério.
A pasta de José Serra deu preferência para a distribuição de medicamentos anti-retrovirais.
Anteontem, o ministério chegou a divulgar que seu estoque de
medicamentos Neufinavir e Indinavir, usados no tratamento de
pessoas com Aids, deveria acabar
nos próximos 15 dias.
Além disso, o estoque de outros
três remédios do coquetel (como
é chamado o tratamento com
combinação de remédios) e o
AZT injetável -usado em mulheres na hora do parto para impedir a contaminação do bebê pelo vírus HIV- também poderia
acabar.
Texto Anterior: Disputa ocorre nos bastidores Próximo Texto: Pacientes vão à Justiça por novos remédios Índice
|