São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2001

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Alunos vêem colégio perder a autoridade

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha conversou com alunos das escolas particulares que adotam a expulsão como regra. Para eles, isso ocorre porque as instituições perderam o respeito dos estudantes e, em situações extremas, tentam "correr atrás do prejuízo".
"Eles [os diretores e professores] sentiram que está todo mundo desencanado do que a escola diz", resume E., 15, aluna da 8ª série. "Claro que tem que expulsar. Você vai respeitar uma escola que não faz nada? O problema é que muitas vezes a escola finge que não vê."
Os adolescentes ouvidos falaram espontaneamente, sem indicação das escolas, e não são identificados a pedido de seus pais.
"A escola já perdeu o respeito [dos alunos" porque elas mesma não cumpre as regras que cria", diz F., 15.
Os alunos não têm dúvidas de que "desafiar as normas" é um impulso geral. Mas acham que a escola os induz a agirem dessa forma.
"O cara estuda na escola desde pequeno. De repente aparece com um baseado. Pode estar errado, mas a escola influenciou muito no que ele é", diz A., 14.
Os pais de alunos se dividem. Em geral, os que não tiveram filhos atingidos pela medida a aprovam e sugerem que a falta de regras vem de casa. Os que tiveram questionam a regra ou, pelo menos, sua clareza.
"Nas reuniões, a maioria nunca quer apertar o cerco. Chega uma hora que é impossível segurar", afirma uma mãe que tem um filho na 8ª série do Vera Cruz.
"Não é uma questão de segurar. O problema é que a regra não estava clara. Ele ficou surpreso com a punição. Isso eu acho grave", diz o pai de um dos expulsos.




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