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NOITE DE TERROR
Investigação indica que grupo atacou ônibus depois de homem de 22 anos morrer em confronto com a PM
Ação vingou morte de traficante, diz polícia
DA SUCURSAL DO RIO
O ataque ao ônibus que resultou na morte de cinco pessoas e
deixou pelo menos outras 13 feridas teria sido motivada, de acordo
com a polícia do Rio, pela morte
do suposto traficante Leonardo
de Souza Ribeiro, 22, o Cyborgue,
anteontem à tarde, no morro do
Quitungo (Penha), na zona norte.
Segundo a polícia, Ribeiro tinha
antecedentes criminais por porte
de arma ilegal e drogas e lesão
corporal, entre outros. Ele morreu durante confronto entre traficantes e PMs. Com ele, a polícia
apreendeu um revólver.
Segundo a polícia, existe uma
guerra entre os morros do Quitungo e da Fé, que fica quase em
frente. Há algumas semanas, traficantes do morro da Fé, comandados pelo chefe dos pontos-de-venda de drogas do local, Paulo
Rogério de Souza Paes, 27, o Mica,
invadiram o Quitungo.
O morro era comandado pela
facção criminosa ADA (Amigo
dos Amigos) -já o da Fé, pelo
CV (Comando Vermelho). A polícia informou que eles continuam em guerra, já que há pontos
que não foram tomados por Mica.
Segundo o chefe de Polícia do
Rio, delegado Álvaro Lins, traficantes do bando de Mica, após a
morte de Ribeiro, tentaram fazer
com que moradores do Quitungo
fizessem protestos nas ruas próximas à favela. "Como o Quitungo
não está todo tomado, eles foram
ao morro da Fé e conseguiram
juntar algumas pessoas para queimar o ônibus. Foi um ato de desespero, porque não têm o apoio
da comunidade no Quitungo."
A polícia já tem sete suspeitos
identificados, todos traficantes do
morro da Fé. Os morros do Quitungo e da Fé estão ocupados pela
polícia por tempo indeterminado.
Ataque terrorista
O delegado responsável pelas
investigações classificou o ataque
como uma "ação terrorista".
"Antes, as represálias que os traficantes faziam eram só contra os
ônibus. Não eram uma ação terrorista, como agora. É uma afronta à sociedade e às corporações
policiais", afirmou Luiz Alberto
Andrade, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes.
Mais tarde, o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba,
contestou a definição. "As ações
terroristas pressupõem motivações ideológicas."
A governadora Rosinha Matheus (PMDB) está em licença
médica desde a última segunda-feira e só volta ao trabalho no dia
13. Ela alegou sobrecarga de trabalho. O governador em exercício
Luiz Paulo Conde (PMDB) classificou o ato como uma "barbárie".
Durante a tarde, ele conversou
com o ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, sobre o ataque.
O secretário nacional de Direitos Humanos, Mario Mamede,
ressaltou que é necessário reforçar as ações de combate à criminalidade. "Os culpados devem ser
punidos conforme a lei."
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