São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2007

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Tiros e pânico na estação Sé deixam 7 feridos

Outras 14 pessoas sentiram-se mal após troca de tiros entre ladrões e PMs na mais movimentada estação do metrô de SP

Dois passageiros e um suspeito foram baleados; mesmo com dezenas de pessoas a seu lado, policial disparou contra criminoso

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Troca de tiros entre ladrões e policiais, três pessoas baleadas, correria, passageiros pisoteados. Esse foi o cenário por volta das 12h35 de ontem na estação Sé do metrô, a maior e mais movimentada de São Paulo.
Além dos três feridos a bala -dois são passageiros e o terceiro é acusado de assaltar um banco nas imediações-, quatro pessoas foram atendidas em hospitais com escoriações e outras 14 tiveram crise de pânico ou passaram mal.
A estação Sé, por onde circulam diariamente 650 mil pessoas, ficou fechada por quase 30 minutos. Por volta das 13h, segundo o Metrô, o público no local é de 20 mil passageiros.
Em meio à multidão que tentava fugir, em pânico, três policiais chegaram a descer com suas motos pelas escadas que dão acesso às bilheterias, segundo a pesquisadora de rua Josivânia de Moura, 20.
"Os policiais disseram: vamos chegar atirando", relatou ela, que diz ter levado um tapa de um policial que mandava todos encostarem na parede.
As cenas de pânico foram resultado de um assalto ocorrido por volta das 12h30. Sete homens invadiram uma agência do Bradesco perto da estação Liberdade. Eles roubaram cerca de R$ 32 mil e dois revólveres dos vigilantes do banco.
Na fuga, os criminosos perceberam a chegada da polícia e se separaram. Dois deles invadiram a estação Liberdade e iniciaram uma fuga pelos trilhos do metrô, onde a carga elétrica é de 700 volts -mortal, segundo técnicos da companhia.
Armados, os dois ladrões percorreram quase 600 metros pelos trilhos. No fim do túnel, já na estação Sé, o soldado PM Alberto de Araújo, 24, que estava à paisana, viu a dupla.
Há dois anos na polícia, o soldado está afastado por conta de um tratamento no pulso direito, o mesmo que ele usou para empunhar seu revólver e atirar contra Douglas Vilas Boas, 37, um dos fugitivos. No momento do tiro, a plataforma sentido Tucuruvi estava cheia.
Baleado na mão pelo PM, Vilas Boas deixou cair a arma, mas correu pelas escadarias, deixando um rastro de sangue que foi seguido pelos policiais que o prenderam cerca de meia hora depois.
Vilas Boas, segundo a polícia, tem passagens por roubo e falsidade ideológica. A Polícia Civil não permitiu que a reportagem o entrevistasse no 1º DP (Sé), onde ele foi autuado por roubo e tentativa de homicídio.
O outro criminoso que acompanhou Vilas Boas pelo túnel também trocou tiros com PMs que cercaram a Sé. Foi aí que ocorreram ao menos outros cinco tiros nas plataformas da estação. O aposentado Paulo de Campos, 84, foi baleado no ombro e teve de ser operado; José Carlos Horas, 45, de raspão na testa. Os dois não correm risco de morte.


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