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Tiros e pânico na estação Sé deixam 7 feridos
Outras 14 pessoas sentiram-se mal após troca de tiros entre ladrões e PMs na mais movimentada estação do metrô de SP
Dois passageiros e um suspeito foram baleados; mesmo com dezenas de pessoas a seu lado, policial disparou contra criminoso
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Troca de tiros entre ladrões e
policiais, três pessoas baleadas,
correria, passageiros pisoteados. Esse foi o cenário por volta
das 12h35 de ontem na estação
Sé do metrô, a maior e mais
movimentada de São Paulo.
Além dos três feridos a bala
-dois são passageiros e o terceiro é acusado de assaltar um
banco nas imediações-, quatro
pessoas foram atendidas em
hospitais com escoriações e outras 14 tiveram crise de pânico
ou passaram mal.
A estação Sé, por onde circulam diariamente 650 mil pessoas, ficou fechada por quase
30 minutos. Por volta das 13h,
segundo o Metrô, o público no
local é de 20 mil passageiros.
Em meio à multidão que tentava fugir, em pânico, três policiais chegaram a descer com
suas motos pelas escadas que
dão acesso às bilheterias, segundo a pesquisadora de rua
Josivânia de Moura, 20.
"Os policiais disseram: vamos chegar atirando", relatou
ela, que diz ter levado um tapa
de um policial que mandava todos encostarem na parede.
As cenas de pânico foram resultado de um assalto ocorrido
por volta das 12h30. Sete homens invadiram uma agência
do Bradesco perto da estação
Liberdade. Eles roubaram cerca de R$ 32 mil e dois revólveres dos vigilantes do banco.
Na fuga, os criminosos perceberam a chegada da polícia e se
separaram. Dois deles invadiram a estação Liberdade e iniciaram uma fuga pelos trilhos
do metrô, onde a carga elétrica
é de 700 volts -mortal, segundo técnicos da companhia.
Armados, os dois ladrões
percorreram quase 600 metros
pelos trilhos. No fim do túnel, já
na estação Sé, o soldado PM Alberto de Araújo, 24, que estava
à paisana, viu a dupla.
Há dois anos na polícia, o soldado está afastado por conta de
um tratamento no pulso direito, o mesmo que ele usou para
empunhar seu revólver e atirar
contra Douglas Vilas Boas, 37,
um dos fugitivos. No momento
do tiro, a plataforma sentido
Tucuruvi estava cheia.
Baleado na mão pelo PM, Vilas Boas deixou cair a arma,
mas correu pelas escadarias,
deixando um rastro de sangue
que foi seguido pelos policiais
que o prenderam cerca de meia
hora depois.
Vilas Boas, segundo a polícia,
tem passagens por roubo e falsidade ideológica. A Polícia Civil não permitiu que a reportagem o entrevistasse no 1º DP
(Sé), onde ele foi autuado por
roubo e tentativa de homicídio.
O outro criminoso que acompanhou Vilas Boas pelo túnel
também trocou tiros com PMs
que cercaram a Sé. Foi aí que
ocorreram ao menos outros
cinco tiros nas plataformas da
estação. O aposentado Paulo de
Campos, 84, foi baleado no ombro e teve de ser operado; José
Carlos Horas, 45, de raspão na
testa. Os dois não correm risco
de morte.
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