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Famílias aproveitam trégua das chuvas para limpar casas
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BLUMENAU
Uma semana após o início da
enxurrada que devastou Blumenau, famílias aproveitaram
a trégua da chuva para limpar e
até reconstruir suas casas.
Nas ruas dos bairros tomadas
pelo lodo, móveis, colchões e
eletrodomésticos formavam
pilhas a céu aberto para que
moradores pudessem liberar
espaço e lavar os cômodos.
No bairro Valparaíso, um dos
mais prejudicados, a família da
zeladora Sueli de Jesus, 50, foi
abrigada na casa do vizinho, o
comerciante Cláudio Rebello,
38, que recebeu oito pessoas
que saíram de áreas com riscos
de novos deslizamentos.
Em troca, a zeladora e o marido, o motorista Afonso Sérgio
de Jesus, 52, trabalham para remover lama e água acumuladas
nos fundos da mercearia de Rebello, onde houve o deslizamento de uma encosta.
"Todos se uniram aqui. É melhor assim do que ficar em área
de risco", diz Sueli. Sua casa foi
interditada pela Defesa Civil
devido a um desmoronamento.
Lama
A quantidade de lama que invadiu o terreno e a casa da mãe
do advogado Fabrício Natal
Dell Agnolo, 35, fez a família
contratar quatro operários para remover o entulho e a lama
que cercaram a propriedade.
Cada um dos trabalhadores
recebe R$ 5 por hora. "Não há
condições de retirar o lodo sozinho", afirma o advogado.
Perto dali, em outra rua do
bairro, um casal comemorava o
fato de os 14 parentes que moram próximos terem saído vivos da enxurrada.
Extenuados pelas 12 horas
diárias de limpeza da casa, o laboratorista Luiz Batista, 46 e a
cabeleireira Leila Batista, 42,
diziam que, pela primeira vez
em uma semana, conseguiram
dormir pelo menos oito horas.
A tranqüilidade foi interrompida na noite de anteontem
quando voltou a chover forte na
cidade. "Não agüento mais chuva", diz o laboratorista.
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