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Cai diferença entre públicas e privadas
da Sucursal de Brasília
Embora as universidades públicas continuem apresentando no
provão desempenho superior ao
das particulares, a diferença entre
as duas caiu em relação ao ano
passado.
A aproximação entre a performance de universidades públicas e
particulares tem dois motivos: o
aumento na porcentagem de instituições federais que tiraram notas
D e E e a redução das faculdades
particulares nessa situação.
No provão de 98, a porcentagem
de federais com D e E cresceu em 5
dos 6 cursos que já haviam sido
avaliados em 97 (direito, administração, engenharia civil, veterinária e odontologia).
As universidades federais só reduziram a porcentagem de D e E
em engenharia química: de 25%
para 15%.
Já com as faculdades particulares ocorreu o inverso. Elas reduziram as porcentagens de D e E em
administração, direito, engenharia civil, veterinária e odontologia.
Essas faculdades só pioraram o
desempenho em engenharia química.
Pressão
A melhora no desempenho das
instituições particulares de ensino
no último provão pode ser atribuída a dois fatores, na avaliação
do ministro da Educação, Paulo
Renato Souza: o aumento no número de professores qualificados e
a pressão dos alunos para que a
faculdade em que estudam tenha
nota alta.
"As instituições privadas passaram a contratar professores mais
qualificados, com mestrado e
doutorado, e que dedicam mais
tempo ao trabalho em sala de aula", disse o ministro Paulo Renato
Souza.
Na opinião do professor José
Ivonildo do Rêgo, presidente da
Andifes (Associação Nacional de
Dirigentes de Instituições Federais
de Ensino Superior), o mau desempenho das federais em 98 já
era esperado.
Segundo o presidente da Andifes, houve aumento na porcentagem de federais com notas D e E
porque o provão foi realizado enquanto essas universidades estavam em greve, o que levou alunos
de vários cursos a boicotarem o
exame.
"Não houve queda no desempenho das universidades federais. O
que houve foi um ressurgimento
do boicote. A greve trouxe de volta
o ambiente de insatisfação e várias
instituições voltaram a boicotar o
provão. Eu já havia alertado o
MEC de que isso iria acontecer",
disse Rêgo.
Boicote
Como todos os alunos que não
comparecem ao exame levam nota
zero, as universidades em que há
boicote terminam levando nota E
no provão.
Nos cursos de odontologia, por
exemplo, cinco universidades federais boicotaram o exame.
Em direito, quatro faculdades
boicotaram, e em veterinária e engenharia química, outras três boicotaram.
Apesar do aumento no número
de universidades federais que tiveram notas D e E no provão, elas
continuam liderando o ranking
das melhores instituições de ensino superior do país.
Dos 120 cursos de nível superior
que receberam do ministério três
notas A -no desempenho dos
alunos, na titulação dos professores e no número de horas que os
docentes dedicam ao curso-,
mais da metade (64) são de universidades federais e só 14 são de
particulares.
Os outros 42 cursos que receberam três notas A são de universidades estaduais.
(DANIELA FALCÃO)
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