|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para FHC, resultado é 'preocupante'
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que é
"dramática" a situação do ensino
fundamental e secundário e
"preocupantes" os resultados do
provão divulgados ontem pelo Ministério da Educação.
Numa crítica velada ao aumento
brusco da titulação de professores,
ele afirmou que "boa parte das
universidades não tem condições
efetivas de fazer pesquisa".
"E a pior coisa que pode acontecer é fazer de conta que se está fazendo o que não se está fazendo,
ou titular rapidamente para ter titulação e, com isso, preencher requisitos que são formais."
Envolvido com a idéia de transferir a responsabilidade da coordenação das universidades do Ministério da Educação para o Ministério da Ciência e Tecnologia,
FHC afirmou que são "problemas
também difíceis" os referentes à
fronteira do ensino e da pesquisa.
FHC disse que a dificuldade
maior está em administrar a "definição ambiciosa" dada às universidades. "A definição constitucional do que seja universidade é
uma definição ambiciosa, mas que
raramente encontra paralelo na
prática", afirmou FHC, ressalvando em seguida: "Eu não digo em
desmedro (desmereço) dessas
universidades".
A transferência da coordenação
de ensino superior do MEC para a
Ciência e Tecnologia não foi ainda
formalizada por FHC. A idéia enfrenta resistências dentro do próprio governo: de um lado, o ministro Paulo Renato Souza (Educação) defende a mudança e, do outro, o ministro José Israel Vargas
(Ciência e Tecnologia) é contra.
"Isso é assunto do presidente.
Pergunte para ele! Que eu saiba,
não há nada definido sobre o assunto", disse Vargas, em tom de
irritação.
FHC demonstrou reconhecer
que faltam "condições efetivas" a
muitas das universidades brasileiras para fazer pesquisa, mas que
quer rever isso. "Pesquisa é caro,
requer concentração de talentos."
O presidente afirmou ainda que
pretende atingir 2% do PIB (Produto Interno Produto) apenas
com investimentos nacionais em
ciência e tecnologia. Segundo ele,
a idéia é atingir essa meta até o final do seu segundo mandato.
Atualmente esse investimento
corresponde a 1,3% do PIB, cerca
de R$ 10 bilhões.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|