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Chega a 59 o número de corpos desaparecidos em faculdade
EDMILSON ZANETTI
em São José do Rio Preto
Desapareceram pelo menos 59
corpos de uma relação de 163 enviados para estudos ao laboratório
de anatomia da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio
Preto) nos últimos 26 anos.
Nos livros de registro de entrada
e saída de corpos da faculdade não
constam informações sobre o destino dado aos corpos. O registro
dessa informação no livro é uma
obrigação legal da faculdade.
A polícia suspeita que os corpos
tenham sido desviados para a chamada "máfia dos cadáveres".
A polícia divulgou ontem a relação com os 163 nomes. Desses, 74
são corpos de idosos do asilo de
Engenheiro Schimidt. A maioria
teria sido enterrada no cemitério
São João Batista.
A polícia vai agora confrontar
esses nomes com os livros de registros do cemitério e dos cartórios.
O último nome da lista, por
exemplo, é de um homem que
morreu em agosto e teria sido enterrado em outubro, de acordo
com atestado de óbito de médicos
do Hospital de Base.
Em novembro, a polícia descobriu que o corpo de Aristides Cardoso estava sendo usado em estudos em outra faculdade de São José
do Rio Preto (451 km de SP).
Investigações
A lista com os 163 nomes será
enviada ao DHPP (Departamento
de Homicídios e de Proteção à
Pessoa), em São Paulo, para saber
se algum está na relação de desaparecidos. As investigações, nesta
fase, se concentram nos últimos
20 nomes da lista, "desaparecidos" a partir de 1995.
Quando perguntado se algum
professor ou diretor está envolvido, Chim Palchetti, diretor administrativo da Famerp e presidente
de uma sindicância interna, responde que, neste momento, impera a "lei do silêncio".
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