São Paulo, terça-feira, 02 de janeiro de 2001
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Guarda contém ameaça de tumulto DA REPORTAGEM LOCAL Uma ligeira troca de sopapos marcou a festa em frente ao Palácio das Indústrias durante a posse de Marta Suplicy. Manifestantes pró-PT não gostaram quando, na chegada da prefeita, um pequeno grupo se identificou como pró-Pitta, expôs bandeiras e uma faixa até então escondidas e vaiou a comitiva. Eram 16h14 quando um manifestante pró-Marta tentou -e conseguiu- rasgar a faixa levada por Nei Favela, presidente da Federação de Favelas de São Paulo, que recomendava ao ex-prefeito Celso Pitta: "Saia de cabeça erguida, São Paulo te ama". A ameaça de tumulto foi contida por homens da GCM (Guarda Civil Metropolitana), que fizeram um minicordão de isolamento entre os mais de 200 manifestantes pró-Marta e os cerca de 30 pró-Pitta, confinados ao canto esquerdo da grade que separou o público das autoridades. Uma outra faixa, que dizia "Pitta. Obrigado e até breve" e amanheceu afixada entre duas palmeiras em frente ao palácio foi retirada bem antes por uma fã de Marta, a funcionária da prefeitura Malvina Joana de Lima, 49. "Sou Marta roxa. Eu e mais quatro amigos arrancamos aquela faixa, porque o PT vai comandar esta cidade e botar honestidade aqui. Ele foi quem deu o primeiro pulo para tirar a faixa", dizia, apontando para seu amigo Oscarino Barbosa dos Santos, 36. Desde o início da tarde, manifestantes pró-Marta e moradores com reivindicações a fazer esperavam pela chegada da prefeita. Um grupo de 30 pessoas vítimas do desmoronamento ocorrido no Jardim Monte Líbano há um ano foi mais longe e passou o réveillon acampado em frente ao palácio. Quem não tinha reivindicação a fazer aproveitou o samba tocado no carro de som que improvisou um palco para Marta poder falar com a população após a cerimônia de posse, o que ela não fez. Orlando Ferreira da Silva, 41, de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo) foi ao palácio porque a posse "tem um sabor maior que o do réveillon". Ele costurou um cartaz com a foto de Marta na jaqueta e levou bandeiras. As bandeiras distribuídas pelo diretório municipal do PT foram motivo de alegria para o ex-detento Benedito Francisco da Silva, 46. "Com essa bandeira eu posso mostrar meu carinho por ela e por meu senador Suplicy", disse. (FLÁVIA DE LEON) Texto Anterior: Sem Pitta, prefeitura tem dia de festa Próximo Texto: Posse reúne inimigos históricos Índice |
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