São Paulo, quinta-feira, 02 de janeiro de 2003

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RÉVEILLON

Segundo a PM, 2,2 milhões de pessoas se reuniram na praia de Copacabana para ver queima e cascatas de fogos

No Rio, festa do ano novo teve mais brilho

Marco Antonio Rezende/Folha Imagem
Queima de fogos de artifício em Copacabana vista do morro do Corcovado (zona sul do Rio)


Bruno Domingos/Reuters
A festa de ano novo na praia de Copacabana reuniu 2,2 milhões de pessoas, segundo a polícia


TÁLITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

O brilho do Réveillon carioca voltou, com a aproximação das balsas à praia de Copacabana e o retorno das cascatas do hotel Meridién e do Forte de Copacabana.
Segundo a Polícia Militar, cerca de 2,2 milhões assistiram à queima de fogos no bairro, que durou cerca de 20 minutos.
As novidades da comemoração da passagem do ano, na zona sul, ficaram por conta da queima de fogos na lagoa Rodrigo de Freitas, menos agitada do que a de Copacabana, e de uma festa no alto do morro do Corcovado .
Cerca de 400 convidados estiveram na festa, realizada aos pés da estátua do Cristo Redentor. Do alto, eles puderam observar os fogos da lagoa e de Copacabana.
"É um privilégio poder assistir de camarote à queima de fogos de vários lugares do Rio. É muito diferente olhar para baixo, quando a gente está acostumado a passar em Copacabana e olhar para o céu. Além do mais, a vista da cidade toda iluminada é espetacular", afirmou Ana Teresa Valença, 39.

Tiros
Os convidados observaram que na Rocinha (zona sul) o Réveillon começou um pouco mais cedo. Minutos antes da explosão dos fogos em Copacabana, tiros foram disparados na favela na comemoração dos traficantes.
"Dá para ver as balas porque ficam vermelhas no escuro", disse a modelo Valéria Valenssa, a Mulata Globeleza, ao lado de seu marido, Hans Donner.
Na praia de Copacabana, as balsas ficaram a 360 metros da areia. No Réveillon anterior, a distância havia sido de 450 metros.
Apesar da beleza do espetáculo, o administrador de empresas Felipe Ferreira, 26, reclamou do uso das embarcações.
"A queima de fogos, na água, nunca vai ser a mesma coisa do que na areia. Entendo que pensem [os órgãos da prefeitura que organizam o Réveillon] na segurança, mas acho que basta aumentar o cordão de isolamento para colocar os fogos na areia."
Os fogos começaram a ser colocados na água depois que na passagem de 2000 para 2001 uma pessoa morreu e 49 ficaram feridas num acidente na areia.
A lagoa Rodrigo de Freitas foi a opção de quem preferiu por um Réveillon mais tranquilo. Os fogos lançados no meio da lagoa, próximo à árvore de Natal de 82 metros, duraram sete minutos.
Ontem de manhã, foram coletadas em todas as praias do Rio cerca de 655 toneladas de lixo, 5% a mais que no ano passado. A maior parte dos resíduos estava em Copacabana: 285 toneladas.
O trabalho de limpeza, realizado por 3.066 garis, foi iniciado às 6h e terminou às 9h40.
As pistas foram lavadas com essência de eucalipto pelos garis que participaram da Operação Iemanjá, nome dado pela Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) ao trabalho de retirada do lixo do Réveillon.

Ocorrência policial
O guarda municipal Jorge Luiz da Silva Tomé, 34, foi morto ontem de madrugada com um tiro no peito quando participava de uma bloqueio de trânsito no aterro do Flamengo (zona sul).
O guarda Flávio Miranda Campos também foi baleado, no ombro esquerdo e está hospitalizado.
Segundo a polícia, o autor do disparo foi o sargento do Corpo de Bombeiros Antônio dos Santos, que estava num triciclo (motocicleta com três rodas) acompanhado por duas mulheres.
Santos é acusado de ter passado pelo bloqueio sem parar. Os guardas municipais foram atrás. Após discussão, foram feitos os disparos. O sargento fugiu do local, mas a placa do triciclo foi anotada. Até a conclusão desta edição ele não tinha sido preso.
Tomé, que morreu no local, estava na Guarda Municipal do Rio de Janeiro havia seis anos. Ele deixa mulher e uma filha.


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