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Réveillon da Paulista teve champanhe e massagem
Agrados foram para os convidados VIPs do prefeito Kassab e dos organizadores
Público recorde, calculado em 2,3 milhões de pessoas, participou da festança, que incluiu shows musicais e queima de fogos de artifício
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Teve champanhe no Réveillon da avenida Paulista. Ao menos para os convidados VIPs do
prefeito Gilberto Kassab e das
empresas organizadoras do
evento, que também passaram
a virada do ano recebendo massagem e outros agrados ao lado
do palco, longe da muvuca.
Do lado de lá do alambrado, o
público recorde de 2,3 milhões
de paulistanos e turistas, segundo cálculos da Polícia Militar e da Playcorp, empresa organizadora do evento, 100 mil
pessoas a mais que no ano anterior, ou crescimento de pouco
mais de 1.000% em relação à
primeira edição, há 11 anos.
Curiosamente, a PM havia se
eximido de projetar em 2007 o
público da Parada Gay, maior
evento de rua de São Paulo,
que, para a ONG organizadora,
reuniu 3,5 milhões.
Ontem, o coronel Álvaro Camilo, comandante da operação,
explicou que a medição de público do Réveillon, promovido
pela prefeitura e pela SPTuris,
usa como padrão de seis a sete
pessoas por metro quadrado. A
aglomeração ia da rua Ministro
Rocha Azevedo à avenida Brigadeiro Luís Antônio.
Contrariando a previsão do
tempo, não choveu na festa,
que proibiu a entrada de guarda-chuvas e sombrinhas, latas,
garrafas, objetos pontiagudo e
até presilhas de cabelo.
Com o bloqueio da polícia
nas ruas de acesso para a realização de revista nos participantes (o que não há na Parada
Gay), até as 3h30 não havia registro de ocorrências graves.
Dois homens foram presos
em flagrante na Paulista. Um,
bêbado, por desacato a policial,
outro por furto de celular. Outros quatro foram detidos por
porte de drogas e mais oito com
20 bombas caseiras. Uma mulher foi ferida no pé pela explosão de uma delas.
Segundo o coronel da PM
Paulo Telhada, 200 pessoas tiveram de ser atendidas por excesso de bebida alcoólica e pelo
calor. Diversas brigas foram
flagradas pela reportagem, que
viu três homens serem detidos
pela PM. E até as mulheres entraram no clima. Duas trocaram tapas em plena avenida,
em frente ao bloqueio para a
área VIP.
"É uma festa de família e da
tranqüilidade", disse Kassab.
E o senhor é candidato à reeleição, prefeito?
"Hoje é um dia de festa. Vamos discutir isso só no próximo
ano", afirmou.
Ao longo da Paulista, números em balões infláveis de nove
a um fizeram a contagem regressiva. Neste ano, a festa foi
da Lei Cidade Limpa.
De longe, quase não se lia a
publicidade dos patrocinadores da festa, uma marca de refrigerante, uma cervejaria e um
banco estrangeiro.
Até o mobiliário urbano foi
coberto por cartazes "Réveillon
na Paulista 2008". Nada de publicidade nos relógios-termômetro e nos pontos de ônibus.
"Sei que ficamos apertados
feito sardinhas, mas eu gosto
dessa sensação de festa misturada com o povo", afirmou a assistente administrativa Rosiléia Vieira Goes, 35, uma das
primeiras pessoas debruçadas
sobre a placa de ferro que separava o povão dos VIPs.
E a festa também foi dos celulares com foto e das câmeras
digitais. À meia-noite só se
viam flashes. Até os policiais
baixaram guarda para posar.
A queima de fogos, "beeem
mixuruca" no dizer dos VIPs
que já estiveram em Copacabana em outros anos, durou 13
dos 15 minutos previstos.
Diferentemente do Rio, que
teve diversos pontos de explosão, as 4.000 bombas multicoloridas e os 80 mil tiros saíam
apenas de um lugar, o prédio na
altura do número 2.000 da
Paulista. E uma corrente de
vento empurrou para trás os 10
mil balões brancos, que pouca
gente viu.
E o que esperar de 2008? "Se
Deus quiser, será o ano em que
o Corinthians voltará à primeira divisão. Esse é o meu desejo",
disse João Paulo de Sousa, 47,
mecânico de Itaquera.
A festa começou por volta das
20h da segunda e terminou às
2h30 de ontem, com a apresentação da bateria da Escola de
Samba Mocidade Alegra, campeã do Carnaval de 2007. Antes, a banda Tihuana, Leonardo
e Lulu Santos se apresentaram.
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