São Paulo, sexta-feira, 02 de fevereiro de 2001

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ACIDENTE

Segundo a Defesa Civil, problema foi provocado por erro na operação do equipamento do parque aquático

Queda de teleférico deixa 10 feridos no Rio

PEDRO DANTAS
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

A queda de um teleférico no parque aquático Rio Water Planet, em Vargem Grande (zona oeste do Rio), deixou dez pessoas feridas ontem no Rio. O acidente aconteceu por volta das 11h30, quando cerca de 3.500 pessoas estavam no local. O parque foi interditado por tempo indeterminado pela Defesa Civil municipal.
Uma vistoria preliminar feita por peritos da Defesa Civil constatou que o cabo do teleférico saiu da roldana que fica no topo do teleférico, a uma altura de cerca de seis metros, provocando a queda de 12 cadeiras duplas, todas ocupadas. Segundo a Defesa Civil, um erro na operação do equipamento teria causado o acidente.
Duas pessoas sofreram ferimentos mais graves. O salva-vidas Robson Correia Neto, atingido pelo cabo, está internado em estado grave no Hospital Geral do Corpo de Bombeiros. Ele sofreu um traumatismo na coluna vertebral. A estudante Fernanda Martins Pelose está internada no hospital RioMar. Ela teve um corte profundo na panturrilha e pode ser submetida a uma cirurgia.
O Rio Water Planet foi inaugurado em 1998 e possui 28 atrações, entre piscinas com ondas, corredeiras e tobogãs. O teleférico foi vistoriado pela última vez há dois anos, segundo a Defesa Civil.
De acordo com a direção do parque, o acidente aconteceu porque dois rapazes balançavam as cadeiras, o que fez com que o sistema de segurança do teleférico fosse acionado. Segundo essa versão, o sistema faz com que as cadeiras desçam ""em velocidade programada" para que os passageiros possam sair.
""Não houve queda, as cadeiras desceram. Algumas pessoas ficaram nervosas e se jogaram antes de as cadeiras atingirem o solo", disse o gerente de marketing do Rio Water Planet, Pedro Drabik.
O coordenador da Defesa Civil municipal, coronel João Carlos Mariano, contestou a versão do gerente: ""Se a cadeira balança e cai, o equipamento não poderia funcionar. Esse sistema de segurança não existe. É mentira".
A versão das vítimas do acidente também é diferente da dos diretores do parque. ""Ninguém balançava as cadeiras, apenas o vento. Ouvimos um estouro e caímos todos. Eu e minha namorada caímos no mato e meus tios nas pedras", disse Gustavo Taveira Martins, 21, que teve ferimentos no rosto e na perna esquerda.
O socorro às vítimas também tem versões diferentes. A administração do parque afirma que os feridos foram atendidos imediatamente pela equipe médica de plantão -dois médicos e três enfermeiros. Testemunhas e feridos dizem que o socorro foi prestado de forma precária por salva-vidas.
""O socorro demorou 20 minutos, os salva-vidas abandonaram os outros brinquedos e começaram a recolher os feridos", afirmou o estudante Marcos Araújo, 25. Martins, namorado de Fernanda Pelose, chegou a discutir com funcionários. ""A Fernanda tinha um corte na perna, não conseguia andar e os salva-vidas queriam tirá-la de lá com uma bóia."
A estudante Madalena Freitas, 19, estava no topo do teleférico e contou ter visto o cabo atingindo o salva-vidas Robson Correia Neto. ""Foi horrível. Ele despencou na minha frente e caiu no mato desacordado." Na versão do parque, ele caiu ao se desequilibrar quando socorria uma pessoa.
A Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, a PM e o Conselho de Engenharia fazem nova perícia hoje.


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