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VIOLÊNCIA
Polícia do Rio é suspeita de ter matado o jovem
Pai de estudante morto em Cabo Frio vai processar Estado do RJ
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
O pai do estudante de fisioterapia Rômulo Batista de Melo, 21,
Heliomar Alves de Melo, 53, vai
processar judicialmente o Estado
do Rio de Janeiro. "O meu filho
foi assassinado pela polícia. Executaram o meu filho", disse.
O estudante morreu na terça-feira passada em decorrência de
traumatismo crânio-encefálico e
hemorragia intracraniana após
ter ficado preso durante seis dias
na carceragem da Delegacia de
Polícia de Cabo Frio (RJ).
Ele foi preso sob a acusação de
roubar o carro que dirigia, após se
envolver num acidente de trânsito. O carro era de um amigo.
Na quinta, uma comissão do
governo federal de combate à violência policial irá ao Rio para
acompanhar as investigações da
Corregedoria da Polícia Civil. Ela
vai recolher os depoimentos dos
pais de Rômulo e tirar cópias de
documentos relativos à apuração.
Amanhã, a Assembléia Legislativa do Rio fará uma audiência
com os responsáveis pela investigação. A madrasta do estudante,
Márcia Coelho, pediu uma reunião com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) porque diz
não confiar na Corregedoria da
Polícia Civil. "É polícia investigando polícia", disse.
A versão dos policiais da delegacia de Cabo Frio é que Rômulo
bateu voluntariamente com a cabeça na cela. Ele morreu duas horas depois de chegar ao Hospital
Municipal Conde Modesto Leal,
em Maricá (RJ). Segundo a mãe
do estudante, Márcia Lusia Batista, o filho dizia estar sob ameaça
de morte quando estava preso.
O delegado José Omena, titular
da delegacia de Cabo Frio, quatro
carcereiros e dois inspetores foram afastado do cargo. Segundo
Omena, Rômulo cometeu suicídio. O corregedor da Polícia Civil,
Jorge Abreu, diz que "houve morte em condições muito suspeitas".
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