São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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FUGA

Cinco homens mortos ainda não foram identificados

De 149 fugitivos de cadeia de Santo André, só 40 foram recapturados

DO "AGORA"

Apenas 24 horas depois da fuga da Cadeia Pública de Santo André (ABC) na tarde de anteontem, a Polícia Civil conseguiu fazer um balanço do ocorrido: foram 149 fugitivos, dos quais 40 foram recapturados -28 deles pela Guarda Municipal e 12 pelas polícias Civil e Militar-, e cinco mortos.
O número de 149 fugitivos divulgado ontem pelo delegado Cláudio Nomura, do 4º DP de Santo André, é maior que o passado na noite de sábado pelo delegado e diretor da cadeia, José Itamar Martins da Silva, que falava em 70 a 80 foragidos nas ruas.
A cadeia tem capacidade para 90 presos provisórios, mas, na hora da fuga, o local tinha 449 presidiários, divididos em 17 celas.
O número de mortos que podem ter relação com a fuga também mudou. Anteontem à noite, o capitão do 6º Batalhão da Polícia Militar Luiz Carlos Telles Júnior afirmou que seis deles foram mortos "em troca de tiros com PMs, após resistirem à prisão".
Ontem, no entanto, o delegado Nomura informou que os mortos eram cinco. Segundo ele, a explicação para o erro foi a dupla contagem de um dos corpos. Os mortos não tinham sido identificados até a noite de ontem.
A maneira como a fuga começou também passou a ter outra versão ontem. Na primeira, o diretor da prisão, Martins da Silva, disse que o carcereiro Gilberto Juliano da Cunha tinha sido rendido quando se aproximava das grades da cadeia para conversar com um preso. Segundo o diretor, ele estava armado e a arma, uma pistola 45, foi pega pelos presos.
Na segunda versão, três homens teriam invadido a prisão e rendido Cunha, para depois abrir as grades para os presos fugirem.

"Preso de confiança"
Nomura chama a atenção para a participação de um presidiário identificado como Samuel, a quem o delegado chamou de "preso de confiança" ontem, durante entrevista sobre o caso.
Apesar de ter sido feito refém com sua mulher, Samuel não aparece nos boletins de ocorrência sobre o caso. Segundo Nomura, ele e a mulher foram pegos como reféns quando ela o visitava.
Policiais civis do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), cuja sede fica no andar superior da cadeia, disseram que Samuel, preso por estupro, "trabalha" no local como uma espécie de "carcereiro". Ele tem livre acesso às dependências do prédio, não permanecendo no "seguro" -a cela onde ficam os presos jurados de morte pelos demais.
Cerca de uma hora e meia após a fuga, a polícia prendeu, em São Caetano do Sul (ABC), Edvaldo José da Silva, 19, e Luiz Armando Santana, 27, acusados de invadir a cadeia para ajudar os presos.



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