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FUGA
Cinco homens mortos ainda não foram identificados
De 149 fugitivos de cadeia de Santo André, só 40 foram recapturados
DO "AGORA"
Apenas 24 horas depois da fuga
da Cadeia Pública de Santo André
(ABC) na tarde de anteontem, a
Polícia Civil conseguiu fazer um
balanço do ocorrido: foram 149
fugitivos, dos quais 40 foram recapturados -28 deles pela Guarda Municipal e 12 pelas polícias
Civil e Militar-, e cinco mortos.
O número de 149 fugitivos divulgado ontem pelo delegado
Cláudio Nomura, do 4º DP de
Santo André, é maior que o passado na noite de sábado pelo delegado e diretor da cadeia, José Itamar Martins da Silva, que falava
em 70 a 80 foragidos nas ruas.
A cadeia tem capacidade para
90 presos provisórios, mas, na hora da fuga, o local tinha 449 presidiários, divididos em 17 celas.
O número de mortos que podem ter relação com a fuga também mudou. Anteontem à noite,
o capitão do 6º Batalhão da Polícia
Militar Luiz Carlos Telles Júnior
afirmou que seis deles foram
mortos "em troca de tiros com
PMs, após resistirem à prisão".
Ontem, no entanto, o delegado
Nomura informou que os mortos
eram cinco. Segundo ele, a explicação para o erro foi a dupla contagem de um dos corpos. Os mortos não tinham sido identificados
até a noite de ontem.
A maneira como a fuga começou também passou a ter outra
versão ontem. Na primeira, o diretor da prisão, Martins da Silva,
disse que o carcereiro Gilberto Juliano da Cunha tinha sido rendido
quando se aproximava das grades
da cadeia para conversar com um
preso. Segundo o diretor, ele estava armado e a arma, uma pistola
45, foi pega pelos presos.
Na segunda versão, três homens
teriam invadido a prisão e rendido Cunha, para depois abrir as
grades para os presos fugirem.
"Preso de confiança"
Nomura chama a atenção para a
participação de um presidiário
identificado como Samuel, a
quem o delegado chamou de
"preso de confiança" ontem, durante entrevista sobre o caso.
Apesar de ter sido feito refém
com sua mulher, Samuel não aparece nos boletins de ocorrência
sobre o caso. Segundo Nomura,
ele e a mulher foram pegos como
reféns quando ela o visitava.
Policiais civis do Garra (Grupo
Armado de Repressão a Roubos e
Assaltos), cuja sede fica no andar
superior da cadeia, disseram que
Samuel, preso por estupro, "trabalha" no local como uma espécie
de "carcereiro". Ele tem livre acesso às dependências do prédio, não
permanecendo no "seguro" -a
cela onde ficam os presos jurados
de morte pelos demais.
Cerca de uma hora e meia após
a fuga, a polícia prendeu, em São
Caetano do Sul (ABC), Edvaldo
José da Silva, 19, e Luiz Armando
Santana, 27, acusados de invadir a
cadeia para ajudar os presos.
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