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INFÂNCIA
Corpo de menina foi encontrado pelos bombeiros em córrego de Canoas (RS); pai também é suspeito de participar do crime
Outra mãe é acusada de jogar bebê em riacho
Alex de Jesus/"O Tempo"
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Recém-nascida abandonada na frente de uma casa em Belo Horizonte na madrugada de ontem |
JOANA CUNHA
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma menina com apenas algumas horas de vida foi encontrada
morta pelos bombeiros em um
córrego na cidade de Canoas, a
177 km de Porto Alegre. A principal suspeita de ter jogado a criança no local, conhecido como Vale
do Leão, é a mãe, Regina Elaine
Pereira, 30, que foi presa.
Ela havia sido acusada de matar
outro filho em circunstâncias semelhantes, em dezembro de 2001.
O processo foi arquivado dois
anos depois por falta de provas.
Segundo a polícia, o crime foi
cometido no domingo -um dia
depois de outra menina, de apenas dois meses, ter sido resgatada
com vida na lagoa da Pampulha,
em Belo Horizonte. A criança, que
recebeu o nome de Letícia, passa
bem. Nesse caso, a mãe também é
a principal acusada de tê-la jogado no local e está presa.
A polícia de Canoas desconfia
da participação do pai da criança,
Paulo Ricardo Pires dos Santos,
42, no crime. A delegada Patrícia
Tolotti Rodrigues, que estava de
plantão no dia do resgate, pediu
também a prisão preventiva dele,
mas a Justiça não acatou o pedido.
Segundo o delegado Marcínio
Tavares Neto, um dos responsáveis pela investigação, os bombeiros foram acionados por uma vizinha, que disse suspeitar que a
mãe havia jogado a criança recém-nascida no córrego.
Tavares Neto informou que a
vizinha ficou desconfiada porque,
de um dia para o outro, Regina
apareceu sem barriga e não havia
nenhuma criança.
No depoimento dado à polícia,
a mãe afirmou que o bebê nasceu
morto. Ela disse ter feito o "parto
sozinha, de cócoras, sem ajuda de
ninguém". Pela versão apresentada, a criança caiu no chão e, em
seguida, a mãe apenas cortou o
cordão umbilical, colocou-a na
sacola e a levou até o córrego.
Segundo o delegado, será feita
uma necropsia para descobrir se a
menina realmente estava morta
antes de ser atirada na água. Ele
não soube dizer se Regina já havia
contratado advogado.
O marido de Regina disse que
não sabia da gravidez e que não
estava em casa no momento do
parto. O casal tem outra filha, de
seis anos, que está sob a guarda de
familiares e com acompanhamento do Conselho Tutelar.
O Ministério Público informou
que aguardará a conclusão do inquérito policial para analisar se
pedirá a prisão do pai do bebê.
Prisão relaxada
A vendedora Simone Cassiano
da Silva, 29, indiciada sob suspeita
de jogar a filha de dois meses na
lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, teve o pedido de relaxamento de prisão negado ontem
pela Justiça mineira.
O advogado disse que o episódio configura abandono de incapaz, e não tentativa de homicídio
qualificado, crime mais grave pelo qual Silva foi indiciada. "Ninguém tenta matar ninguém jogando a pessoa na lagoa", disse.
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