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Excesso de alunos nas salas é um dos maiores problemas, dizem especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Profissionais da rede e especialistas apontam o alto número de alunos nas salas de aula
como um dos problemas mais
graves da educação municipal.
"Não dá para trabalhar com
45 alunos nas salas, como hoje.
O máximo tem que ser entre 30
e 35", diz o professor Adelson
Queiroz, do Sindicato dos Profissionais de Ensino em Educação Municipal de São Paulo.
Para Queiroz, a eliminação
do terceiro turno de aulas até o
fim do ano, meta da gestão Kassab para 2008, depende, além
da construção de novas escolas,
do investimento em qualificação dos professores.
"Se houver condições de salário para que o professor não
precise trabalhar em duas ou
três escolas, será viável", diz.
O professor da Faculdade de
Educação da USP (Universidade de São Paulo), Vítor Paro, diz
que o modelo do município é
"de dois séculos atrás".
"Essas provas não explicam e
nem apresentam nada", diz Paro, que criticou o exame. "Esse
tipo de prova revela o que qualquer pessoa poderia descobrir
sozinha: que os alunos não sabem ler", diz.
A avaliação da pedagoga Silvia Colello, autora dos livros
"Alfabetização em questão"
(2004) e "A escola que não ensina a escrever" (2007), é positiva. "85% de alunos alfabéticos
na segunda série é um número
bom", diz Colello, que acredita
que o processo de alfabetização
se conclui ao longo das quatro
primeiras séries.
Outro dado -os 4% de não-alfabéticos na quarta série-
preocupa mais a professora.
"Esses são alunos que vão sendo abandonados pelo sistema
ao longo do processo".
Os dados da prova podem ser
"balizadores" para que as escolas reestruturem a "orientação
de recuperação, abordagem de
conteúdos, acompanhamento
individualizado e horários",
afirma o professor da USP Romualdo Portela.
No entanto, Portela acha
pouco confiáveis dados obtidos
em provas do tipo para alunos
abaixo da quarta série. "Um
aluno da segunda série é muito
mais susceptível a dificuldades
de interpretação; 15% de não-alfabéticos podem não representar problema de cognição".
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