|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.
Ginecologista é preso sob suspeita de recuperar droga em corpo de grávida
Médico foi preso em flagrante sob acusação de associação com o tráfico
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um ginecologista foi preso
em Assis (a 427 km de SP) acusado de recuperar um pacote de
maconha que uma grávida havia escondido na vagina. A polícia acredita que, após ajudá-la
com a retirada, o médico iria
entregar a droga a traficantes.
A polícia diz que a acusação
contra o médico Aristides
Giansante se baseia na confissão da grávida, Maria José de
Albuquerque, 32, que teria sido
contratada para transportar
drogas. O flagrante foi feito no
hospital, onde foram achadas
as 130 gramas de maconha, segundo a polícia, que diz ter recebido uma denúncia anônima.
Segundo a polícia, foram encontrados R$ 8.000 com três
pessoas que acompanhavam a
mulher, e o dinheiro seria usado para pagar o médico. O caso
aconteceu na terça. A mulher
recebeu voz de prisão, mas continuou internada e teve o bebê
-uma menina. "Ela chegou de
madrugada à rodoviária de Assis, foi ao banheiro e tentou retirar a droga. Não conseguiu e
acabou rasgando o pacote", disse o delegado Carlos Fracasso.
No consultório do médico, a
secretária disse não saber nada
sobre a prisão e que não poderia fornecer o contato da família ou de um advogado. A polícia
disse que Giansante está preso
em Gália (393 km de SP).
A Santa Casa de Assis diz que
comunicou o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do
Estado de São Paulo) sobre a
prisão do médico e que também investiga o caso.
"Não sabemos o que aconteceu. O que achamos estranho é
que o médico atendeu a portas
fechadas, sem enfermeira, sem
registrar ficha de atendimento
ambulatorial", disse Paulo Nogueira Salvaro, procurador jurídico do hospital. Salvaro afirmou que o médico não pertencia ao quadro da Santa Casa,
mas que usava o local para
atendimentos havia 15 anos.
Para o Cremesp, a prisão do
médico é "um caso difícil". "O
médico pode alegar que respeitou o sigilo da paciente, mas pode ser condenado se ficar provado que ajudou no esquema de
tráfico", diz Renato Azevedo,
vice-presidente do conselho.
Segundo ele, se o médico estava apenas prestando socorro,
não deveria denunciar o caso à
polícia. "Nesse caso, o que fazer
com o pacote é complicado. Eu
talvez devolvesse a ela esse corpo estranho retirado."
O sigilo médico, diz ele, pode
ser quebrado se o cliente oferece risco a terceiros -como um
psiquiatra que denuncia um
pedófilo que continua agindo.
Texto Anterior: Acusado de burlar fila do fígado é absolvido Próximo Texto: Cigarro: Cai a liminar que abolia de maço imagem mais agressiva Índice
|