São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VIOLÊNCIA

Em SP, cerca de 18 mil pessoas participavam da rave no Playcenter; polícia conseguiu prender 12 em flagrante

Ladrões fazem arrastão em festa em parque

IURI DANTAS
RENATO ESSENFELDER

DA REPORTAGEM LOCAL

Um arrastão promovido por mais de 30 criminosos estragou a festa de dezenas de pessoas na madrugada de ontem em São Paulo. O tumulto aconteceu durante a rave (festa que reúne fãs de música eletrônica) E.Force, no Playcenter (zona oeste da cidade).
As vítimas foram abordadas na entrada do parque, na rua José Gomes Falcão. Além de roubar relógios, jóias, tênis, celulares e dinheiro, assaltantes chegaram a bater, com pedaços de madeira, em algumas pessoas.
A rave teve início às 20h de anteontem. Uma hora depois, começou a confusão. Segundo R.S.M, um dos suspeitos detidos no 23º DP (Perdizes) pela participação no arrastão, a ação das quadrilhas foi desorganizada: vários ladrões se encontraram no parque e improvisaram o ato.
Ele admitiu à Folha que participou do crime "para ganhar alguns trocados" junto com cinco amigos que fugiram da polícia.
Os policiais chegaram ao local à 1h da madrugada de ontem. Doze PMs em quatro carros prenderam em flagrante 12 acusados de roubo, entre eles quatro menores. Do total, oito permanecem presos.
O número de suspeitos, entretanto, foi bem maior. Segundo a polícia, muitos escaparam ou foram liberados por falta de provas.
Não há estimativa sobre o volume total de vítimas do arrastão, mas, até as 18h de ontem, 11 delas haviam procurado o 23º DP ou o 75º DP (Jardim Arpoador) para registrar queixa. Cerca de 18 mil pessoas participaram da E.Force.

Segurança
A administração do Playcenter abre o parque a festas para o "público jovem" desde 1999, segundo a assessora Valéria Lapa. A atitude de "praxe" é ligar para a PM no início da noite do evento.
Para intensificar o policiamento no local, a PM precisaria ter sido avisada 30 dias antes da festa, afirma o chefe da Comunicação Social da corporação, coronel Renato Penteado Perrenoud. A Polícia Civil esteve presente com um carro do GOE (Grupo de Operações Especiais), devido ao arrastão.
Segundo a assessoria da Secretaria da Segurança Pública, os policiais civis também não receberam orientações antecipadas sobre a ocorrência da festa. Caso houvesse planejamento, informa a assessoria, o risco de crimes poderia ter sido minimizado.
Valéria disse que a organização da festa é de responsabilidade da rádio Metropolitana FM. O diretor artístico da emissora, Jayr Mariano Sanzone Junior, disse, no entanto, que a rádio "só fez a divulgação na programação, não é responsável pela festa em si".
A E.Force é a segunda festa organizada em parceria com a Metropolitana FM. Em dezembro, foi realizada a Ultimate Party, sem registro de incidentes graves.
O arrastão de anteontem é o terceiro a acontecer em shows na cidade nos últimos 15 dias. No show da cantora Ivete Sangalo no Olympia (zona oeste), no dia 19 de abril, oito pessoas tiveram as bolsas roubadas. Dois dias depois, cerca de cem carros tiveram seus vidros quebrados durante a apresentação do grupo Rappa, em São Bernardo do Campo (Grande SP).



Texto Anterior: Há 50 anos
Próximo Texto: Brigas afugentam frequentadores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.