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Rio tenta reabrir trilhas soterradas após chuvas
Temporais causaram 283 deslizamentos no Parque Nacional da Tijuca, em abril
Queda de barreira desviou até curso de rio; neste fim de semana, mutirão de voluntários vai ajudar a recuperar pontos turísticos
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
As tempestades que atingiram o Parque Nacional da Tijuca em abril danificaram as mais
frequentadas trilhas da cidade
do Rio. Também houve cachoeiras soterradas e rios que
tiveram o curso desviados.
As trilhas são uma atração à
parte de um parque que tem o
Corcovado, a pedra da Gávea e
a própria floresta da Tijuca como grandes destaques.
Bem sinalizadas, limpas e,
geralmente, seguras, elas foram
interditadas por causa de desmoronamentos de barreiras e
queda de árvores. Algumas já
estão reabertas, mas em situação precária, tanto que um mutirão de voluntários foi convocado para este fim de semana, a
fim de ajudar na recuperação.
O temporal iniciado em 5 de
abril e que durou até o dia seguinte resultou, dentro do Parque Nacional da Tijuca, em pelo menos 283 deslizamentos. O
monitoramente técnico realizado pelos profissionais do parque indicou que houve 40 deslizamentos grandes e 12 muitos
grandes, um recorde histórico.
A queda de uma barreira provocou o desvio do curso do rio
da Carioca, talvez o mais famoso da capital fluminense. O Carioca nasce no parque e deságua na baía de Guanabara. O
novo curso, já corrigido, causou
inundação de ruas no bairro do
Cosme Velho, no entorno do
principal acesso ao parque.
Dos quatro setores do parque
-Serra da Carioca, Floresta da
Tijuca, Pedra da Gávea/Pedra
Bonita, Forro/Covanca-, o
mais afetado foi a Serra da Carioca, onde ficam atrações como o Corcovado, a Vista Chinesa, a Mesa do Imperador e o Mirante Dona Marta.
A mais clássica trilha do setor, a que liga o Parque Laje às
Paineiras, acesso ao Cristo Redentor, permanece fechada,
obstruída por uma barreira.
Trilhas menores na região também estão interditadas.
Por questões de segurança, o
visitante está impedido de circular pelas estradas do Redentor, da Vista Chinesa e dona
Castorina. As pistas já foram
desinterditadas, mas não houve ainda obra de contenção. As
encostas podem descer novamente em caso de chuva forte.
Precaução
O Corcovado, por exemplo,
reabriu, mas quando chove, fecha de imediato, por ordem da
Geo-Rio (Fundação Instituto
de Geotécnica do Município do
Rio de Janeiro).
A precaução se deve à instabilidade das encostas, à pavimentação precária e à presença
de toneladas de lama às margens das estradas do parque.
No setor Floresta da Tijuca,
as chamadas trilhas nobres
-para o morro da Cocanha, o
Bico do Papagaio, o pico da Tijuca e a pedra do Conde, entre
outras rotas- foram fechadas
por uma semana. Já reabriram,
mas ainda há detritos no caminho e nas laterais.
Chefe do parque desde dezembro, o geógrafo Bernardo
Issa, 40, calcula em no mínimo
seis meses o prazo para o término das obras de recuperação
do Parque Nacional da Tijuca.
Há 80 trabalhadores terceirizados diariamente no serviço.
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