São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Rio tenta reabrir trilhas soterradas após chuvas

Temporais causaram 283 deslizamentos no Parque Nacional da Tijuca, em abril

Queda de barreira desviou até curso de rio; neste fim de semana, mutirão de voluntários vai ajudar a recuperar pontos turísticos


SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

As tempestades que atingiram o Parque Nacional da Tijuca em abril danificaram as mais frequentadas trilhas da cidade do Rio. Também houve cachoeiras soterradas e rios que tiveram o curso desviados.
As trilhas são uma atração à parte de um parque que tem o Corcovado, a pedra da Gávea e a própria floresta da Tijuca como grandes destaques.
Bem sinalizadas, limpas e, geralmente, seguras, elas foram interditadas por causa de desmoronamentos de barreiras e queda de árvores. Algumas já estão reabertas, mas em situação precária, tanto que um mutirão de voluntários foi convocado para este fim de semana, a fim de ajudar na recuperação.
O temporal iniciado em 5 de abril e que durou até o dia seguinte resultou, dentro do Parque Nacional da Tijuca, em pelo menos 283 deslizamentos. O monitoramente técnico realizado pelos profissionais do parque indicou que houve 40 deslizamentos grandes e 12 muitos grandes, um recorde histórico.
A queda de uma barreira provocou o desvio do curso do rio da Carioca, talvez o mais famoso da capital fluminense. O Carioca nasce no parque e deságua na baía de Guanabara. O novo curso, já corrigido, causou inundação de ruas no bairro do Cosme Velho, no entorno do principal acesso ao parque.
Dos quatro setores do parque -Serra da Carioca, Floresta da Tijuca, Pedra da Gávea/Pedra Bonita, Forro/Covanca-, o mais afetado foi a Serra da Carioca, onde ficam atrações como o Corcovado, a Vista Chinesa, a Mesa do Imperador e o Mirante Dona Marta.
A mais clássica trilha do setor, a que liga o Parque Laje às Paineiras, acesso ao Cristo Redentor, permanece fechada, obstruída por uma barreira. Trilhas menores na região também estão interditadas.
Por questões de segurança, o visitante está impedido de circular pelas estradas do Redentor, da Vista Chinesa e dona Castorina. As pistas já foram desinterditadas, mas não houve ainda obra de contenção. As encostas podem descer novamente em caso de chuva forte.

Precaução
O Corcovado, por exemplo, reabriu, mas quando chove, fecha de imediato, por ordem da Geo-Rio (Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro).
A precaução se deve à instabilidade das encostas, à pavimentação precária e à presença de toneladas de lama às margens das estradas do parque.
No setor Floresta da Tijuca, as chamadas trilhas nobres -para o morro da Cocanha, o Bico do Papagaio, o pico da Tijuca e a pedra do Conde, entre outras rotas- foram fechadas por uma semana. Já reabriram, mas ainda há detritos no caminho e nas laterais.
Chefe do parque desde dezembro, o geógrafo Bernardo Issa, 40, calcula em no mínimo seis meses o prazo para o término das obras de recuperação do Parque Nacional da Tijuca. Há 80 trabalhadores terceirizados diariamente no serviço.


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