da Reportagem Local

Dois homens, suspeitos de fazer parte de uma quadrilha especializada em assaltos a prédios de apartamento, foram presos na noite de anteontem em um hotel de luxo na rua Augusta, centro de São Paulo.
Eduardo Schlaepfer, 35, e Mário Luiz Batista Ribeiro, 26, foram detidos em um quarto do hotel Augusta Palace Hotel, onde estavam hospedados havia alguns dias.
Schlaepfer, natural do Rio de Janeiro, chegou a ser apresentado como o maior assaltante de apartamentos do Brasil em uma reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, há cerca de 15 dias.
A polícia está investigando a possibilidade de ele ser um dos cabeças de uma quadrilha que atua no Rio, em São Paulo, em Belo Horizonte e outras capitais.
Os policiais chegaram aos dois por meio de um telefonema anônimo, em que o informante dizia que eles estavam hospedados no hotel com nomes falsos. A denúncia acabou sendo comprovada durante uma operação da polícia.
Além de RGs falsos, foram encontradas com eles três armas -um revólver calibre 38, uma pistola calibre 380 e uma pistola 9mm-, e uma agenda que continha endereços de prédios em bairros nobres de São Paulo, considerados pela polícia como possíveis alvos da ação dos dois.
Um dos prédios fica na rua Maranhão, em Higienópolis (centro), onde o presidente Fernando Henrique Cardoso possui um apartamento. A lista também inclui prédios nos Jardins, na Vila Olímpia, no Morumbi e em Moema.
Para entrar nos prédios, os dois usariam a estratégia de se identificar como pessoas interessadas em comprar ou alugar um apartamento. Os imóveis seriam selecionados por meio de anúncios classificados em jornais.
A estratégia está se tornando comum nos assaltos a prédios, diz o delegado Antônio Álvaro Sá de Toledo. "Em geral, são pessoas que não levantam suspeitas porque se vestem bem e têm bons carros. Alguns chegam a se apresentar como altos funcionários de empresas que estão se mudando para a cidade."
Esse é o caso dos dois suspeitos, conforme descrição de funcionários do Augusta Palace Hotel.
Segundo eles, os dois hóspedes não chegaram a chamar a atenção porque se comportavam como os outros hóspedes.
Ainda de acordo com os funcionários, eles se vestiam bem e usavam um carro Audi.
O histórico de Schlaepfer na polícia paulista revela que ele teve diversas passagens pela polícia desde 85, sempre por roubo, furto ou estelionato. Ele chegou a fugir da penitenciária de Franco da Rocha em 89 e está condenado a 30 anos de prisão, apenas de São Paulo.
Ribeiro é natural de Goiânia (GO) e não tem passagens registradas pela polícia paulista.
Os dois estão detidos no 4º Distrito Policial.



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