São Paulo, sábado, 02 de junho de 2001

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Mãe consegue aprovação

DA REPORTAGEM LOCAL

A via-crúcis que Iraci Egual, 49, enfrentou para que sua filha, portadora da síndrome de Down, tivesse uma avaliação considerada justa mostra como é grande a distância entre a teoria e a prática quando o assunto é integração de deficientes em salas comuns.
No final do ano passado, Tatiane Egual, 11, foi reprovada na escola particular onde estudava. "Só me avisaram que ela não estava acompanhando o resto da turma no final do ano. Não fizeram aula de reforço nem recuperação. Eles estavam avaliando minha filha sem levar em conta a particularidade dela", reclama Iraci.
Ao tentar rever a reprovação de Tatiane, Iraci ouviu duas vezes que deveria matriculá-la em uma escola para deficientes.
"Na escola e na diretoria municipal de ensino onde fui reclamar me sugeriram isso, mas não aceitei", relata.
Só com a ajuda do Ministério Público Federal, que exigiu que uma reavaliação da escola, que sua filha conseguiu não repetir de ano. Após tentar se adaptar em outro colégio particular, Iraci decidiu matriculá-la na Escola Municipal Kazue Fuzinaka, em São Bernardo do Campo (Grande SP).
A julgar pelo primeiro dia de aula, a decisão da mãe foi acertada. Tatiane se mostrou tímida no início da aula, mas aos poucos foi se soltando.
Colegas de turma souberam que ela pensava em mudar de classe para ficar ao lado de uma amiga e iniciaram um "lobby" para que ela se sentisse à vontade na sala em que a diretoria a matriculou.
"Não induzimos os alunos a isso. Eles estão fazendo porque querem que ela fique mesmo", afirma a professora de Tatiane, Fátima Ribeiro. A classe já tem um aluno com deficiência auditiva que convive normalmente com os colegas.



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