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Mãe consegue aprovação
DA REPORTAGEM LOCAL
A via-crúcis que Iraci Egual, 49,
enfrentou para que sua filha, portadora da síndrome de Down, tivesse uma avaliação considerada
justa mostra como é grande a distância entre a teoria e a prática
quando o assunto é integração de
deficientes em salas comuns.
No final do ano passado, Tatiane Egual, 11, foi reprovada na escola particular onde estudava. "Só
me avisaram que ela não estava
acompanhando o resto da turma
no final do ano. Não fizeram aula
de reforço nem recuperação. Eles
estavam avaliando minha filha
sem levar em conta a particularidade dela", reclama Iraci.
Ao tentar rever a reprovação de
Tatiane, Iraci ouviu duas vezes
que deveria matriculá-la em uma
escola para deficientes.
"Na escola e na diretoria municipal de ensino onde fui reclamar
me sugeriram isso, mas não aceitei", relata.
Só com a ajuda do Ministério
Público Federal, que exigiu que
uma reavaliação da escola, que
sua filha conseguiu não repetir de
ano. Após tentar se adaptar em
outro colégio particular, Iraci decidiu matriculá-la na Escola Municipal Kazue Fuzinaka, em São
Bernardo do Campo (Grande SP).
A julgar pelo primeiro dia de
aula, a decisão da mãe foi acertada. Tatiane se mostrou tímida no
início da aula, mas aos poucos foi
se soltando.
Colegas de turma souberam que
ela pensava em mudar de classe
para ficar ao lado de uma amiga e
iniciaram um "lobby" para que
ela se sentisse à vontade na sala
em que a diretoria a matriculou.
"Não induzimos os alunos a isso. Eles estão fazendo porque
querem que ela fique mesmo",
afirma a professora de Tatiane,
Fátima Ribeiro. A classe já tem
um aluno com deficiência auditiva que convive normalmente com
os colegas.
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