São Paulo, domingo, 02 de junho de 2002

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Secretário afirma que empresas perdem R$ 5 milhões ao mês por descumprirem viagens previstas em contrato

Empresários de ônibus culpam o trânsito

DO "AGORA"

Os empresários de ônibus de São Paulo alegam que os congestionamentos impedem o cumprimento das viagens determinadas pelo contrato com a prefeitura.
"O empresário não deixaria de cumprir as viagens por conta própria. Não estamos em tempos de abrir mão de passageiros para os perueiros", disse o diretor técnico do Transurb (sindicato das empresas), Marcelo Marques.
O diretor jurídico do sindicato, Antônio Sampaio do Amaral Filho, diz que o descumprimento é causado pela velocidade comercial baixa. Segundo ele, os ônibus circulam, em média, a 6 km/h no horário de pico e a 12 km/h nos horários de menor movimento. "É metade do que deveria ser."
Já o secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, afirma que a prefeitura desconta da remuneração às viações uma parcela pelas viagens não-cumpridas, mas admite uma tolerância de 3% de descumprimento.
São retidos, em média, R$ 5 milhões por mês pelo desrespeito ao contrato nas 1.127 linhas de ônibus da capital. Apesar de as empresas deixarem de prestar 10% do serviço contratado -como apontou a pesquisa-, o desconto representa 4,5% da remuneração mensal do sistema -R$ 111 milhões, em média, por mês.
O secretário afirmou que o índice de descumprimento de viagens chegou a 20% nos primeiros meses de 2002. Em 2001, a média foi de 13%. "É uma evolução [o atual percentual de descumprimento", não satisfatória, mas uma evolução. Hoje, a média de viagens realizadas é de 92%, mas não consideramos que se atenda bem à população", admitiu Zarattini.
Segundo ele, com as mudanças provocadas pela contratação emergencial -quando empresas tiveram de se unir em consórcios e assumir linhas antes operadas por outras-, o índice caiu para 80% de viagens cumpridas.
Zarattini reconheceu que ainda existem deficiências nas programações de horários das linhas de ônibus, mas garantiu que elas serão corrigidas pela equipe de planejamento da SPTrans.



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