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Decreto do governo do Paraná gera atrito com universidades
Determinação do governador Roberto Requião (PMDB) proibiu gastos com afastamentos para estudo ou trabalho
Após reação de acadêmicos, o governo informou que a inclusão das instituições de ensino superior no texto foi um erro e que irá corrigi-lo
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Decreto do governador do
Paraná, Roberto Requião
(PMDB), abriu polêmica com
professores das sete universidades estaduais do Estado, que
viram uma tentativa de reduzir
a autonomia das instituições.
Sob a justificativa de contenção de despesas, o decreto 848,
publicado no dia 21, proibiu o
afastamento de servidores
-inclusive professores- para
estudos ou trabalhos fora do
país, mesmo com recursos próprios. Também vetou o afastamento de servidores para estudos no país, se houver custo.
Ontem, após reação dos acadêmicos, o governo do Paraná
informou, por meio da assessoria de imprensa, que a inclusão
das universidades no decreto
foi um ""lapso" e que um novo
texto corrigirá o erro.
No início da semana, o secretário da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência) no Estado e professor
da UEM (Universidade Estadual de Maringá), Marcos Cesar Neves, divulgou carta aberta contra o decreto de Requião.
""O objetivo desse decreto é inibir o deslocamento de professores e pesquisadores, destruindo a produção científica e
cultural das universidades públicas", disse Neves na carta.
Neves disse não acreditar
que o governo tenha incluído as
universidades no decreto por
erro. Afirmou que o recuo ocorreu pela pressão feita pela comunidade acadêmica.
""Sabemos que aos poucos estamos perdendo a autonomia",
disse a presidente do Sindicato
dos Professores de Londrina e
professora da UEL (Universidade Estadual de Londrina),
Inês Almeida. Segundo ela, que
falou à Folha antes do recuo do
governo, o decreto ""atropela" o
artigo 207 da Constituição, que
garante independência às instituições de ensino superior.
As instituições de ensino superior no Estado, vinculadas à
Secretaria de Ensino Superior,
Ciência e Tecnologia, são formadas por cerca de 5.950 professores e 72.250 alunos.
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