|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Caça-níqueis pode levar dono de bar à prisão
O diretor do Decap (Departamento de Polícia da Capital), Aldo Galiano, disse que prisão preventiva ocorrerá após perícia
Segundo Galiano, os comerciantes poderão responder por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e contrabando
CARLA MONIQUE BIGATTO
DO "AGORA"
O diretor do Decap (Departamento de Polícia da Capital),
Aldo Galiano, disse ontem que
os donos de bares que mantiverem em funcionamento máquinas de caça-níqueis serão presos preventivamente.
Ele afirmou que, mesmo não
sendo os donos das máquinas,
os comerciantes poderão responder por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro,
enriquecimento ilícito e contrabando (se as peças das máquinas forem importadas).
As prisões, segundo Galiano,
serão feitas após perícia nas
máquinas. "Se saíssemos prendendo todo mundo, isso congestionaria as delegacias."
A polícia calcula que haja, só
na capital, cerca de 140 mil caça-níqueis funcionando. "Hoje,
um em cada cinco bares de São
Paulo tem máquinas caça-níquel", disse Galiano.
Ontem, a polícia fez mais
uma operação para lacração de
máquinas. Sete bingos foram
fechados e 2.204 máquinas caça-níqueis lacradas em aproximadamente cem bares. A operação começou por volta das 8h
em todas as regiões da cidade.
Embora estejam lacradas e
proibidas, as máquinas continuam nos bares, tendo os comerciantes como depositários.
"Se as apreendêssemos, precisaríamos de cinco estádios do
Morumbi para guardá-las", disse Galiano, que defende a destruição dos equipamentos. A
operação continua hoje.
Galiano aconselhou os comerciantes que pretendem
abandonar a atividade ilegal a
deixar as máquinas de caça-níqueis nas ruas para que sejam
recolhidas pela operação Cata-Bagulho, da prefeitura.
Alberto Zacharias Toron, diretor do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil, considera que seria abusivo
pedir a prisão preventiva dos
donos de bares.
Segundo ele, pela lei brasileira a prisão preventiva só é permitida para garantir a ordem
pública, impedir a fuga ou
quando a liberdade do acusado
ameaça o andamento do
processo.
Com a colaboração de CLARA FAGUNDES
Texto Anterior: Confira as alterações na programação do Guia da Folha Próximo Texto: Para filhos, pais adotivos são mais participativos Índice
|