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Nova calçada da rua Augusta já tem parte do piso solto e buraco
A obra, realizada entre agosto e fevereiro ao longo dos 3 km da via, custou R$ 2,2 milhões aos cofres municipais
Prefeitura diz que multará quem estragou o piso e que manutenção cabe a lojistas; para associação de moradores, trabalho foi mal feito
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
MARIANA BENEVIDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As calçadas da rua Augusta,
recentemente reformadas, já
apresentam problemas. Parte
do piso está solta, há buracos e
locais em que os blocos de concreto estão afundando.
Também há problemas causados pelos próprios comerciantes. A Folha teve acesso a
um relatório produzido pela
Secretaria das Subprefeituras
que aponta irregularidades em
18 imóveis, a maioria deles da
região dos Jardins. A pasta informou que esses imóveis serão multados.
A reforma dos 16 mil m2 de
calçadas dos 3 km da rua Augusta custou R$ 2,2 milhões às
subprefeituras da Sé e Pinheiros. A obra foi realizada entre
agosto e fevereiro.
Foi instalado um piso de blocos de concreto intertravados,
separados uns dos outros por
camadas de areia.
Antes mesmo da conclusão
das obras, apareceram os primeiros problemas. No início de
novembro, o piso cedeu em
três trechos na região dos Jardins. Tiveram de ser substituídos 60 metros de piso.
Já no início deste ano, pouco
tempo depois da inauguração,
comerciantes da região que fizeram obras em seus estabelecimentos acabaram mexendo
também nas calçadas. O resultado é que, em muitos pontos, o
desenho foi refeito de forma
errada e os blocos estão soltos.
A Folha percorreu toda a extensão da Augusta, dos dois lados, na quinta-feira, e identificou problemas em pelo menos
32 pontos. Em alguns casos,
por causa de obras dos comerciantes. Em outros, por falhas
na execução da obra.
Boa parte dos problemas
identificados pela Folha é nas
entradas e saídas de carros
-estacionamentos e garagens
de edifícios e hotéis. Nesses
pontos, o piso está solto ou
afundando e há ondulações.
Também há buracos, como
nas proximidades dos números
532, 1.088 e 1.499.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, disse
que a obrigação pela manutenção das calçadas é dos próprios
comerciantes. "A prefeitura fez
porque é uma via estrutural,
passa muita gente e estava
muito ruim. Mas a gente tinha
um acordo para que eles fizessem a manutenção."
Para Matarazzo, é normal
que existam problemas e por
isso é importante fazer a manutenção. "É como no caso da
Oscar Freire. Também é importante que se faça manutenção antes que os problemas
apareçam", afirmou.
Célia Marcondes, presidente
da Samorcc (Sociedade dos
Amigos e Moradores do Bairro
Cerqueira César), concorda
que a manutenção cabe aos comerciantes, mas, para ela, a
responsabilidade é da prefeitura. "Foi mal feito. Há uma série
de problemas de construção."
Ela disse que já foi enviada à
prefeitura uma lista de mais de
cem problemas na rua, mas que
não houve resposta.
Matarazzo disse que os problemas já identificados pelas
subprefeituras foram consertados, inclusive aqueles causados
pelos comerciantes, e afirmou
que todos os imóveis serão notificados dos problemas.
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