São Paulo, sábado, 02 de junho de 2007

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Nova calçada da rua Augusta já tem parte do piso solto e buraco

A obra, realizada entre agosto e fevereiro ao longo dos 3 km da via, custou R$ 2,2 milhões aos cofres municipais

Prefeitura diz que multará quem estragou o piso e que manutenção cabe a lojistas; para associação de moradores, trabalho foi mal feito

EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

MARIANA BENEVIDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As calçadas da rua Augusta, recentemente reformadas, já apresentam problemas. Parte do piso está solta, há buracos e locais em que os blocos de concreto estão afundando.
Também há problemas causados pelos próprios comerciantes. A Folha teve acesso a um relatório produzido pela Secretaria das Subprefeituras que aponta irregularidades em 18 imóveis, a maioria deles da região dos Jardins. A pasta informou que esses imóveis serão multados.
A reforma dos 16 mil m2 de calçadas dos 3 km da rua Augusta custou R$ 2,2 milhões às subprefeituras da Sé e Pinheiros. A obra foi realizada entre agosto e fevereiro.
Foi instalado um piso de blocos de concreto intertravados, separados uns dos outros por camadas de areia.
Antes mesmo da conclusão das obras, apareceram os primeiros problemas. No início de novembro, o piso cedeu em três trechos na região dos Jardins. Tiveram de ser substituídos 60 metros de piso.
Já no início deste ano, pouco tempo depois da inauguração, comerciantes da região que fizeram obras em seus estabelecimentos acabaram mexendo também nas calçadas. O resultado é que, em muitos pontos, o desenho foi refeito de forma errada e os blocos estão soltos.
A Folha percorreu toda a extensão da Augusta, dos dois lados, na quinta-feira, e identificou problemas em pelo menos 32 pontos. Em alguns casos, por causa de obras dos comerciantes. Em outros, por falhas na execução da obra.
Boa parte dos problemas identificados pela Folha é nas entradas e saídas de carros -estacionamentos e garagens de edifícios e hotéis. Nesses pontos, o piso está solto ou afundando e há ondulações.
Também há buracos, como nas proximidades dos números 532, 1.088 e 1.499.
O secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, disse que a obrigação pela manutenção das calçadas é dos próprios comerciantes. "A prefeitura fez porque é uma via estrutural, passa muita gente e estava muito ruim. Mas a gente tinha um acordo para que eles fizessem a manutenção."
Para Matarazzo, é normal que existam problemas e por isso é importante fazer a manutenção. "É como no caso da Oscar Freire. Também é importante que se faça manutenção antes que os problemas apareçam", afirmou.
Célia Marcondes, presidente da Samorcc (Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro Cerqueira César), concorda que a manutenção cabe aos comerciantes, mas, para ela, a responsabilidade é da prefeitura. "Foi mal feito. Há uma série de problemas de construção."
Ela disse que já foi enviada à prefeitura uma lista de mais de cem problemas na rua, mas que não houve resposta.
Matarazzo disse que os problemas já identificados pelas subprefeituras foram consertados, inclusive aqueles causados pelos comerciantes, e afirmou que todos os imóveis serão notificados dos problemas.


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