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CRIME ORGANIZADO
Acusado do assassinato de agente é preso
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
A polícia prendeu anteontem à noite Fábio dos
Santos Moreira, 26, apontado como um dos autores
da morte do agente penitenciário Nilson Celestino, 41, numa suposta emboscada da facção criminosa PCC, na quarta-feira,
em Itapecirica da Serra.
Ele foi detido em Taboão da Serra com uma
submetralhadora e autuado por porte de arma de
fogo de uso restrito. Na
sua casa foram encontradas também folhas de cheque e uma espingarda. A
polícia afirma ter chegado
até o suspeito após denúncias anônimas.
Celestino foi o primeiro
dos dois agentes de segurança mortos na semana
passada. Na quarta-feira, o
carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 39, foi assassinado em frente de sua
casa na zona norte da capital. Ele trabalhava no Cadeião de Pinheiros. O envolvimento do PCC no crime não está descartado.
Em Panorama (687 km
a noroeste de SP), policiais
civis prenderam na manhã
de ontem nove pessoas,
entre elas duas mulheres,
com armas de grosso calibre, centenas de munições
e até granadas.
Segundo o delegado
Mauro Chiyoda, que coordenou a ação, os presos são
ligados ao PCC e estavam
na região para atacar agentes penitenciários de Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, cidades
cujos presídios abrigam os
principais líderes da facção criminosa.
Na sexta-feira, a Folha
revelou que a Polícia Militar interceptou ligações
telefônicas de criminosos
com ordens para matar
cinco agentes da penitenciária 2 de Venceslau, onde está parte da cúpula do
PCC.
Os cabeças do grupo, segundo a polícia, são Luiz
Henrique Squisate Baçan,
28, e Vágner Ferreira Porto, 34, o Vavá.
Com os suspeitos a polícia apreendeu três granadas, uma submetralhadora paraguaia, dois fuzis calibre 223, um colete à prova de balas e caixas contendo quase 300 munições para pistola, fuzil e
metralhadora.
Até o fechamento desta
edição, a reportagem não
havia conseguido localizar
os advogados dos suspeitos presos.
Devido a pouca adesão,
o Sifuspesp (Sindicato dos
Funcionários do Sistema
Prisional do Estado de São
Paulo), decidiu em assembléia por fim a greve vigiada nas unidades prisionais
ontem e hoje.
O sindicato prometia
impedir banhos de sol, entrada de visitas e entrega
de jumbos (sacolas com
roupas e mantimentos)
para presos do sistema
carcerário estadual durante o fim de semana.
A ação
havia sido tomada após as
mortes atribuídas ao PCC
(Primeiro Comando da
Capital) do agente Nilton
Celestino, na última quarta-feira, em Itapecirica da
Serra, e do carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 41,
na quinta passada, na zona
norte de São Paulo.
Segundo informou Antonio Ferreira, secretário
geral do Sifuspesp, só seis
das 144 unidades prisionais do Estado decidiram
aderir a greve, mesmo assim de forma parcial. Itirapina, São José do Rio
Preto (Instituto Penal
Agrícola), Suzano (Centro
de Detenção Provisória),
Hortolândia (Penitenciária 2 e 3) foram as cidades
que aderiram parcialmente ao movimento.
"A greve nesses locais
durou só das 7h30 às
9h30. Os agentes souberam que a adesão em todo
o Estado era pouca e decidiram encerrar o movimento. Acredito que amanhã também não aja greve", falou Ferreira. Segundo informou o sindicato,
não houve confusão do lado de fora com os familiares dos presos. "Até porque as visitas foram poucas."
O secretário apontou a
suposta pressão dos diretores de presídio contra a
categoria como um dos
motivos para a greve não
ter surtido o efeito esperado pelo sindicato. "Eles
nos ameaçam de suspensão, sindicância e até
transferência para cidades
longe de nossas famílias",
falou Ferreira.
Os agentes são o novo
alvo da facção. Na segunda-feira, a polícia matou
13 supostos criminosos
pouco antes do que anunciou ser um ataque a agentes do CDP de São Bernardo.
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