São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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CRIME ORGANIZADO

Acusado do assassinato de agente é preso

DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

A polícia prendeu anteontem à noite Fábio dos Santos Moreira, 26, apontado como um dos autores da morte do agente penitenciário Nilson Celestino, 41, numa suposta emboscada da facção criminosa PCC, na quarta-feira, em Itapecirica da Serra.
Ele foi detido em Taboão da Serra com uma submetralhadora e autuado por porte de arma de fogo de uso restrito. Na sua casa foram encontradas também folhas de cheque e uma espingarda. A polícia afirma ter chegado até o suspeito após denúncias anônimas.
Celestino foi o primeiro dos dois agentes de segurança mortos na semana passada. Na quarta-feira, o carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 39, foi assassinado em frente de sua casa na zona norte da capital. Ele trabalhava no Cadeião de Pinheiros. O envolvimento do PCC no crime não está descartado.
Em Panorama (687 km a noroeste de SP), policiais civis prenderam na manhã de ontem nove pessoas, entre elas duas mulheres, com armas de grosso calibre, centenas de munições e até granadas.
Segundo o delegado Mauro Chiyoda, que coordenou a ação, os presos são ligados ao PCC e estavam na região para atacar agentes penitenciários de Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, cidades cujos presídios abrigam os principais líderes da facção criminosa.
Na sexta-feira, a Folha revelou que a Polícia Militar interceptou ligações telefônicas de criminosos com ordens para matar cinco agentes da penitenciária 2 de Venceslau, onde está parte da cúpula do PCC.
Os cabeças do grupo, segundo a polícia, são Luiz Henrique Squisate Baçan, 28, e Vágner Ferreira Porto, 34, o Vavá.
Com os suspeitos a polícia apreendeu três granadas, uma submetralhadora paraguaia, dois fuzis calibre 223, um colete à prova de balas e caixas contendo quase 300 munições para pistola, fuzil e metralhadora.
Até o fechamento desta edição, a reportagem não havia conseguido localizar os advogados dos suspeitos presos.
Devido a pouca adesão, o Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo), decidiu em assembléia por fim a greve vigiada nas unidades prisionais ontem e hoje.
O sindicato prometia impedir banhos de sol, entrada de visitas e entrega de jumbos (sacolas com roupas e mantimentos) para presos do sistema carcerário estadual durante o fim de semana.
A ação havia sido tomada após as mortes atribuídas ao PCC (Primeiro Comando da Capital) do agente Nilton Celestino, na última quarta-feira, em Itapecirica da Serra, e do carcereiro Gilmar Francisco da Silva, 41, na quinta passada, na zona norte de São Paulo.
Segundo informou Antonio Ferreira, secretário geral do Sifuspesp, só seis das 144 unidades prisionais do Estado decidiram aderir a greve, mesmo assim de forma parcial. Itirapina, São José do Rio Preto (Instituto Penal Agrícola), Suzano (Centro de Detenção Provisória), Hortolândia (Penitenciária 2 e 3) foram as cidades que aderiram parcialmente ao movimento.
"A greve nesses locais durou só das 7h30 às 9h30. Os agentes souberam que a adesão em todo o Estado era pouca e decidiram encerrar o movimento. Acredito que amanhã também não aja greve", falou Ferreira. Segundo informou o sindicato, não houve confusão do lado de fora com os familiares dos presos. "Até porque as visitas foram poucas."
O secretário apontou a suposta pressão dos diretores de presídio contra a categoria como um dos motivos para a greve não ter surtido o efeito esperado pelo sindicato. "Eles nos ameaçam de suspensão, sindicância e até transferência para cidades longe de nossas famílias", falou Ferreira.

Os agentes são o novo alvo da facção. Na segunda-feira, a polícia matou 13 supostos criminosos pouco antes do que anunciou ser um ataque a agentes do CDP de São Bernardo.


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