São Paulo, domingo, 02 de julho de 2006

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Outro agente prisional é assassinado em São Paulo

Vítima foi morta a tiros em oficina de conserto de TVs na zona oeste

Foi a terceira morte de um agente de segurança em menos de 72h no Estado; polícia não descarta ligação dos crimes com o PCC


KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O agente penitenciário Eduardo Rodrigues, 41, foi assassinado ontem pela manhã com quatro tiros, no Jardim João 23 (zona oeste de São Paulo). Rodrigues, funcionário da Penitenciária Feminina de Santana, foi o terceiro integrante das forças de segurança morto em menos de 72h.
Na última quarta-feira, o agente penitenciário Nilton Celestino foi morto a tiros em frente de sua casa, em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). Na quinta, o carcereiro Gilmar Francisco da Silva, no Jardim Panamericano (zona norte) foi assassinado.
A polícia e a Secretaria de Estado da Segurança Pública apuram a ligação dos assassinatos com o PCC (Primeiro Comando da Capital). A facção criminosa prometeu matar agentes em resposta aos 13 supostos integrantes do partido mortos antes de uma pretensa tentativa de ataque, na segunda-feira, em São Bernardo do Campo.
Rodrigues foi morto às 10h15 após levar dois tiros na cabeça, um no pescoço e outro no tórax, na frente de uma loja que conserta produtos eletrônicos, a 200 metros de sua casa. Ele iria buscar uma TV que mandara consertar. "Neste ano ele já havia sido ameaçado, mas havia dito que era um amigo brincando. Agora não sei mais se era [brincadeira]", diz um familiar.
De acordo com uma testemunha, dois homens chamaram Rodrigues pelo nome antes de disparar e, depois, fugiram a pé. Eles estavam sem máscaras e não levaram nada da vítima nem do estabelecimento. Nenhum suspeito foi preso ontem.
Por conta da morte do agente, o Sindasp, um dos dois sindicatos da categoria, anunciou paralisação hoje em todo o sistema, com a interrupção das visitas dos familiares aos presos. O Sifuspesp, o outro sindicato, tentou promover protesto parecido ontem, mas, devido à baixa adesão, desistiu.

Prisão
Após denúncias anônimas, a a Polícia Militar prendeu anteontem à noite Fábio dos Santos Moreira, 26, apontado como um dos autores da morte do agente penitenciário Nilton Celestino. Ele estava de folga e trabalhava numa obra, como pedreiro, quando foi atacado.
Moreira foi detido em Taboão da Serra com uma submetralhadora e autuado por porte de arma de fogo de uso restrito.
Em Panorama (687 km a noroeste de SP), a polícia prendeu ontem nove pessoas, entre elas duas mulheres, com armas de grosso calibre, centenas de munições e granadas.
Segundo o delegado Mauro Chiyoda, que coordenou a ação, os presos são ligados ao PCC e estavam na região para atacar agentes penitenciários de Presidente Venceslau e Presidente Bernardes, cidades cujos presídios abrigam os líderes da facção criminosa.
Os cabeças do grupo, segundo a polícia, são Luiz Henrique Squisate Baçan, 28, e Vágner Ferreira Porto, 34, o Vavá.


Com CRISTIANO MACHADO, colaboração para a Agência Folha, em Presidente Prudente

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