São Paulo, segunda-feira, 02 de julho de 2007

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Mulher mantida refém em ônibus pelo ex reata casamento

Ele a manteve sob a mira de um revólver, em novembro de 2006, durante 10 horas dentro de ônibus lotado na via Dutra

Na época do seqüestro, André Luiz disse que agiu por ciúmes; Cristina havia registrado três boletins de ocorrência contra ele

Wania Corredo/Agência O Globo
André Luiz Ribeiro da Silva beija a mão de Cristina Ribeiro, que aceitou reatar relacionamento


MALU TOLEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Após ter sido mantida refém num ônibus na Dutra pelo ex-marido e de o ter acusado de tentativa de estupro, a técnica de radiologia Cristina Ribeiro, 35, reatou o relacionamento com André Luiz Ribeiro da Silva, 36. "Estamos morando juntos", disseram ao jornal "Extra", em reportagem publicada na edição de ontem.
Marcada pelo ciúme tido como doentio de Silva, a relação do casal ganhou visibilidade em todo o país em 10 de novembro do ano passado, quando ele seqüestrou um ônibus da linha 499 (Cabuçu-Central) na rodovia Presidente Dutra, em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). Sob a mira de um revólver, Cristina foi feita refém com outros 38 passageiros por até dez horas.
Em relato ao "Extra", Cristina afirma que o amor que ainda sente pelo marido e a saudade que os filhos tinham do pai pesaram em sua decisão. "Eu gosto dele. Voltei para o André por vários motivos. Não queria que ele tivesse feito aquilo. Meus filhos pediram. Eu sei que ele mudou."
Silva, por sua vez, diz que agiu por impulso e se mostra arrependido: "Meu ato foi impensado. Não queria seqüestrar ninguém. Nem apontar a arma para a Cristina. Só fiz por medo de a polícia me matar".
Na época do seqüestro, ele disse ter agido por ciúmes. Ela afirmou que já havia sofrido agressões, registradas em três boletins de ocorrência contra o ex-marido na Delegacia da Mulher de Nova Iguaçu.
O primeiro, em 9 de julho de 2001, acusa-o de lesão corporal, após uma discussão na casa da mãe de Cristina.
No segundo registro, em 6 de agosto de 2006, Cristina Ribeiro denunciou Silva por cárcere privado. Ele teria levado a mulher para um motel e a mantido lá por quatro dias. Em setembro, ela reclamou de coação.
Silva ficou preso por cinco meses na 52ª DP (Nova Iguaçu) e responde em liberdade por seqüestro e tentativa de estupro. Em abril, conseguiu a liberdade provisória.

Inquérito contra a mulher

Segundo o delegado Orlando Zaccone, titular da 52ª DP (Nova Iguaçu), Cristina Ribeiro e a mãe dela, Regina Ribeiro, são investigadas pelo Ministério Público por denunciação caluniosa. Elas teriam inventado a tentativa de estupro.
"É um crime de quem imputa a alguém um crime sabendo que ele não cometeu. Algumas pessoas que estavam no ônibus ouviram Cristina dizendo que teria inventado aquilo", conta o delegado.
Ao "Extra", Cristina nega o estupro: "Ele não me estuprou, mas impediu que eu saísse do nosso quarto". André disse ser incapaz de cometer tal crime.
A reportagem não conseguiu falar ontem com o casal.


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